Bioma

Herbário ajuda a preservar caatinga

Espaço do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) tem a maior coleção de espécies do bioma

Do JC Online
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Publicado em 26/04/2015 às 15:45
André Nery/JC Imagem
Espaço do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) tem a maior coleção de espécies do bioma - FOTO: André Nery/JC Imagem
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Com o objetivo de ajudar a preservar a flora e fauna da caatinga, além de resgatar a história desse bioma que existe apenas no Nordeste, o herbário do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife, é referência nacional e internacional para esse tipo de vegetação, que é reverenciada nesta terça-feira (28), quando se comemora o Dia Nacional da Caatinga. A data chama atenção para a importância do bioma, que representa cerca de 65% plantas do herbário do IPA, que conta com 90 mil amostras, incluindo plantas e fungos.

Entre os destaques do acervo, está uma coletânea criada pelo engenheiro agrônomo Dárdano de Andrade Lima (1919-1981), que dá nome ao herbário. “Ele reuniu aproximadamente 12 mil plantas entre as décadas de 1950 e 1980. Desse total, 50% são exclusivas da caatinga”, informa a engenheira agrônoma Rita de Cássia Pereira, curadora do espaço e doutora em botânica. Ele informa que o herbário do IPA também se sobressai por uma coleção feita na década de 1940, que reúne cerca de 2 mil exemplares do bioma.

“Nós temos a maior coleção existente de plantas da caatinga”, orgulha-se a Rita de Cássia. Ela informa que, entre os ícones mais representativos, estão catingueira, xiquexique, coroa-de-frade, angico, jurema, umbuzeiro, margaridinhas e mentrasto. Criado e chefiado de 1935 a 1937 pelo engenheiro agrônomo e ecólogo pernambucano João de Vasconcelos Sobrinho, o herbário é referência mundial para as plantas do Nordeste Brasileiro, em particular as espécies do bioma caatinga.

“Possuímos um acervo que chama atenção de pesquisadores interessados na recomposição do ecossistema, em programas de reflorestamento e no estudo de plantas da caatinga que podem ter propriedades medicinais”, diz a curadora do herbário. Uma rede de cientistas, por exemplo, já tem se dedicado a estudar cientificamente as utilizações da atividade biológica dessa vegetação, a partir dos relatos de moradores da região da caatinga que se referem ao potencial medicinal do bioma. “Para que o estudo tenha credibilidade, os pesquisadores devem procurar o herbário para se certificar que as plantas em análise fazem parte mesmo do ecossistema”, orienta Rita de Cássia.

Também fazem parte do acervo do espaço cerca de 200 mil duplicatas de plantas, que servem para intercâmbio com outros herbários ou para substituir as amostras existentes, caso alguma seja deteriorada. Cerca de 75% desse material está disponível em versão online na rede de herbários do Brasil, através do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia/Centro de Referência em Informação Ambiental (INCT/CRIA). Por estar disponibilizado em formato eletrônico, o acervo do espaço alcança o mesmo patamar de referência científica dos mais importantesherbários do mundo.

herbário do IPA também abre as portas para o público em geral, mediante agendamento prévio. “Para que estiver interessado, ministramos aulas em que mostramos a importância da caatinga e como a vegetação deve ser preservada”, diz Rita de Cássia. Informações pelo telefone (3184-7200).

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