PRESERVAÇÃO

No Dia Nacional da Caatinga, organizações alertam sobre a degradação do bioma em Pernambuco

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a caatinga abrange 11% do território nacional e está presente em dez estados do Brasil.

Maria Regina Jardim
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Maria Regina Jardim
Publicado em 28/04/2015 às 8:40
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De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a caatinga abrange 11% do território nacional e está presente em dez estados do Brasil. - FOTO: Foto: divulgação
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Único bioma exclusivamente brasileiro, a caatinga é, também, o menos conhecido e estudado pelos pesquisadores no País. Hoje (28), data em que é celebrado o Dia Nacional da Caatinga, entidades não governamentais do Sertão pernambucano enfatizam a importância da conservação das riquezas naturais para o desenvolvimento do bioma.

A caatinga ocupa 11% do território nacional e se espalha por dez estados do Brasil, com várias espécies de animais e plantas ameaçadas pelo desmatamento, as queimadas e a caça ilegal. No Estado, o bioma se encontra presente no Sertão e Agreste e tem como principal característica a vegetação seca, em consequência das chuvas irregulares da região.

Em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, o Sindicato de Trabalhadores Rurais (STR), a Casa da Mulher do Nordeste e outras entidades formaram o grupo Fé e Política para conscientizar a população sobre desenvolvimento sustentável e combate à degradação dos ecossistemas do local. 

O bispo da Diocese de Afogados da Ingazeira, dom Egídio Bisol, coordenador do grupo, explicou que, hoje, a principal preocupação das organizações é combater a extração clandestina de madeira destinada à indústria de carvão, de gesso e de cerâmica nos municípios da região. As entidades exigem do governo uma fiscalização permanente. “Estamos pressionando o Estado para que reforcem o controle na retirada de madeira na caatinga. A situação é muito grave em municípios como São José do Egito, Iguaraci e Tuparetama”, afirmou.

De acordo com a coordenadora do STR de Afogados da Ingazeira, Maria das Dores Siqueira, além do desmatamento, a população retira uma grande quantidade de areia do rio Pajeú para vender a construtoras. “Temos consciência de que muita gente se sustenta com a extração de recursos do bioma, mas é preciso implantar políticas públicas direcionando um aproveitamento consciente”, declarou.

A coordenadora do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), Patrícia Nicola, informou que a caça ilegal de animais, no bioma, é voltada à domesticação. “Aves de canto, gatos selvagens e répteis são retirados da natureza para serem criados como bichos de estimação”, informou a gestora do centro, localizado em Petrolina. “As queimadas também prejudicam os animais, muitos chegam a nós machucados, cheios de queimaduras”, completou.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a caatinga e o cerrado são os únicos biomas brasileiros não considerados Patrimônio Nacional. Há cinco anos, tramita no Congresso um projeto de emenda à Constituição Federal, a PEC 504/2010, que pode incluir os biomas na lista e reforçar sua preservação.

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