Marca registrada do Arquipélago de Fernando de Noronha e um de seus maiores atrativos, o carismático golfinho-rotador (Stenella longirostris) tem conseguido sobreviver e se manter na ilha apesar da pressão do turismo. Essa é uma das conquistas do projeto Golfinho-Rotador, resultado de uma parceria da ONG Centro Golfinho-Rotador, Petrobras e Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que completa 25 anos hoje.
“Quando o projeto começou, Fernando de Noronha recebia entre 3 e 4 mil turistas por ano e tinha apenas um barco para passeio. Hoje recebe mais de 70 mil, tem mais de 50 embarcações e a quantidade de golfinhos visitando a área é praticamente a mesma”, informa o coordenador do projeto, o oceanógrafo José Martins da Silva Júnior. Ele acrescenta que, em 95% dos dias do ano, há uma média de 310 golfinhos saltitando nas águas mornas do arquipélago. É o local do mundo com maior concentração regular desses animais.
Essa presença constante se deve ao estabelecimento de normas para proteger a espécie. Não é permitido, por exemplo, mergulhar com os simpáticos mamíferos, nem navegar em alta velocidade ou fazer barulho. “No Havaí (EUA), o turismo desordenado espantou os golfinhos. Antes, eles eram avistados em cerca de 90% dos dias do ano. Hoje, só aparecem em 10%”, conta o oceanógrafo.