Uma tartaruga da espécie Oliva teve a cabeça reconstituída nesta terça-feira (22), em uma cirurgia veterinária inédita no município dE Paulista, na Região Metropolitana do Recife. O animal foi encontrado na praia de Maria Farinha com ferimentos graves na cabeça.
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Após ser resgatada pelos biólogos da prefeitura, ela foi levada pelos funcionários da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) a uma clínica especializada onde, por meio de intervenção cirúrgica, a cabeça da tartaruga foi reconstruída.
A tartaruga está em fase de recuperação na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), mas ainda corre riscos de morrer. A expectativa é de que, até a próxima sexta-feira (25), o réptil seja submetido a uma nova avaliação clínica, para que possíveis infecções e necroses sejam tratadas. Ainda não existe previsão para que o animal volte ao mar.
Os funcionários do município envolvidos no resgate da tartaruga acreditam que o ferimento na cabeça do animal pode ter sido provocado por uma moto aquática (jet-ski). Essa constatação faz parte das experiências adquiridas com o trabalho de monitoramento da orla, através do Programa Praia Viva, iniciativa que conta com o apoio da ONG EcoAssociados.
De acordo com o diretor de Unidades de Conservação e Biodiversidade da Semma, Murilo Chagas, a espécie ainda não tinha sido localizada no município. “E por ser uma espécie ameaçada de extinção e pouco encontrada no litoral pernambucano, as ações do Programa Praia Viva torna-se uma importante ferramenta de educação ambiental para informar e sensibilizar a população para a preservação das praias e do manejo das embarcações”, disse.
A tartaruga Oliva é uma espécie carnívora e alimenta-se de peixes, moluscos, crustáceos, águas-vivas, ovos de peixe e eventualmente algas. Seu habitat natural é principalmente nas águas rasas, mas também aparecem em mar aberto. A área de desova está localizada entre o Litoral Sul do estado de Alagoas e o Litoral Norte da Bahia com maior densidade de desovas no estado de Sergipe. Segundo o Projeto Tamar, existem cerca de 800 mil fêmeas em idade reprodutiva.