PRÊMIO

Pesquisa leva alunos de Olinda para o México

Estudantes da Erem Renato Fonseca venceram uma das categorias do Ciência Jovem, com trabalho sobre os motivos dos alagamentos em Jardim Brasil 1

Do JC Online
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Publicado em 08/11/2015 às 8:03
Foto: Diego Nigro / JC Imagem
Estudantes da Erem Renato Fonseca venceram uma das categorias do Ciência Jovem, com trabalho sobre os motivos dos alagamentos em Jardim Brasil 1 - FOTO: Foto: Diego Nigro / JC Imagem
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Uma pesquisa que identificou os motivos dos constantes alagamentos em Jardim Brasil I, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, e apresentou sugestões para acabar com problemas urbanos e ambientais em três lagoas no bairro será mostrada no México, em março do próximo ano. O trabalho, feito por quatro alunos da Escola de Referência em Ensino Médio Desembargador Renato Fonseca, venceu uma das categorias do Ciência Jovem, evento realizado mês passado no Centro de Convenções. O prêmio é a viagem para a cidade de Tampico, no Norte mexicano, onde acontecerá uma feira internacional de ciências, a Milset Amlat.

“Estou animado com ida para o México. Comecei a estudar espanhol para saber explicar melhor nosso trabalho. O lugar mais longe que já estive foi Itamaracá (Grande Recife)”, conta Luciano Gomes, 17 anos, aluno do 2º ano do ensino médio. Ele, Fagner Durack, 17, Jeferson José, 17, e Joel Matheus, 15, começaram a pesquisa no início do ano passado, sob a orientação dos professores de geografia Rui Parahyba e César Romero. O grupo investigou as Lagoas Artol, Azul e Sementeira, que fazem parte da bacia hidrográfica do Rio Beberibe e ficam nas proximidades da escola.



Os rapazes perceberam, por exemplo, que as lagoas estão bastante assoreadas e que aterros irregulares, ocupações desordenadas, despejo de esgoto e lixo provocam as inundações, no período chuvoso, no bairro de Jardim Brasil I e em outros da região. O incômodo com esses alagamentos foi o que motivou os estudantes a iniciarem a pesquisa. Para começar, buscaram mapas e outros documentos que mostrassem como o lugar era e como está agora. Também entrevistaram moradores, topógrafos e representantes da gestão municipal. Estudaram o Plano Diretor de Olinda e cataram fotografias antigas.

“Foi feito o geoprocessamento, que é o cruzamento de todas essas informações. Percebemos, por exemplo, que há três pontos de estrangulamento no Canal da Malária”, explica o professor Rui. “É gratificante ter o reconhecimento de uma pesquisa tão importante para a sociedade. Apesar das dificuldades que as escolas públicas passam, mostramos que é possível fazer um bom trabalho e contribuir para melhorar a vida das pessoas”, destaca Rui.

Luciano e Fagner foram os escolhidos para representar o grupo no México. Eles viajarão com Rui. “A nossa participação na Ciência Jovem já foi uma experiência muito rica, pois conhecemos estudantes de outros Estados e até de outros países. Também aprendemos com pesquisas feitas por outros jovens como nós”, observa Fagner, que já estuda espanhol e consegue se comunicar no idioma sem problemas.

O desejo era que todos os quatro alunos e mais o professor César participassem da viagem. Mas o prêmio foi de duas passagens para estudantes e uma para o docente orientador. “Seria ótimo se o governo estadual nos desse as outras três passagens. Afinal, estamos levando Pernambuco para fora do País, com um trabalho premiado”, diz Fagner.

SUGESTÕES -  Além de identificar o que causa os alagamentos no bairro, a pesquisa aponta sugestões para minimizar o problema. A desobstrução dos pontos de estrangulamento, a recuperação das áreas aterradas, a implantação de um projeto de educação ambiental, a retirada semestral de vegetação das lagoas e a construção de um conjunto habitacional para a retirada das pessoas das ocupações desordenadas são algumas das opções apresentadas pelos rapazes.

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