Uso óculos há quase 20 anos. Aliás, usava – há duas semanas, fiz cirurgia corretiva no Instituto de Cirurgia Ocular do Nordeste (Ícone). Foi quando saí de cinco graus de miopia e um de astigmatismo, em cada olho, para zero grau de nada, em uma cirurgia e pós-operatórios muito mais do que tranquilos, além de totalmente indolores.
Nesse minidocumentário, eu a equipe do JC360 mostramos o passo a passo de uma cirurgia corretiva com a técnica Smile – considerada a terceira geração em cirurgias a laser. O cirurgião é o dr. Álvaro Dantas. Assista:
Diferente da maioria dos míopes, eu sempre adorei usar óculos. Eu mesma escolhi o primeiro par, aos seis anos. Meus amigos estavam acostumados e eu também. Era uma rotina tão arraigada que eu nem pensava no meu ato de usar óculos. Era a primeira coisa que eu pegava ao acordar, a última que deixava ao dormir.
Mas não era uma escolha. Eu precisava usá-los. Aprendi a preferir ficar com eles, talvez inconscientemente. Já que eu queria tanto poder escolher, escolhi que faria a cirurgia refrativa, apesar de todo o meu caso de amor com as lentes.
Foi difícil, no começo, encontrar outra Lorena no espelho. Mas a adaptação foi mais rápida do que eu esperava. Em pouquíssimas horas eu já estava comemorando minha nova capacidade visual em vez de ficar me estranhando por aí.
Smile
Nunca tive medo do laser, nem do procedimento cirúrgico em si, principalmente depois das garantias de segurança e conforto que vinham da equipe do Ícone. Entre todos os métodos disponíveis, decidimos (dr. Álvaro Dantas, do Ícone, e eu) fazer a Smile, porque, além de ser a terceira geração em cirurgias a laser, super moderna, precisa e eficaz, ela era indicada no meu caso, conforme descobrimos através dos meus exames.
Essa técnica pode corrigir até dez graus de miopia e até seis de astigmatismo. “Dentro do que a gente chama de procedimento cirúrgico, é uma das cirurgias mais simples e mais seguras da oftalmologia. É a inovação tecnológica que nos traz o aumento da simplicidade, da segurança e do conforto do paciente”, explicou dr. Álvaro.
A Smile chegou ao Brasil há cerca de quatro anos e é revolucionária porque não provoca tantos danos à estrutura da córnea como as cirurgias anteriores. A grande inovação da Smile é não haver a necessidade de “levantar uma tampinha” da córnea para aplicar o laser, como se faz nas técnicas chamadas PRK, Lasik e Femtolasik (que estão há mais tempo por aí). O corte é mínimo, a cicatrização é mais rápida e o pós-operatório, mais tranquilo.
A cirurgia é feita com laser de femtosegundos, aplicado em duas profundidades na córnea para separar um filamento no meio dela. Depois disso, o laser faz uma incisão de três milímetros superfície, o suficiente para poder remover o filamento que foi solto antes. O Ícone é considerado uma das principais referências nessa técnica.
No vídeo abaixo, podemos entender melhor como é o processo e comparar as cirurgias já existentes:
“O principio da cirurgia corretiva a laser é modificar a curvatura da córnea, o suficiente para modificar o foco daquele olho para o lugar certo”, detalhou o cirurgião.
Precisei fazer cinco exames pré-operatórios para descobrir se eu realmente poderia me submeter ao procedimento. Entre outras coisas, os exames servem para ver se minha córnea estava apta a ser operada, já que é ela quem sofre a alteração. “Sua córnea tem cerca de 500 micras (unidade de medida da espessura da córnea). Para fazer a cirurgia corretiva, pedimos pelo menos 250”, disse ele, feliz. “Isso é que é um olho bom de operar”, brincou, já na sala de cirurgia.
A cirurgia
Para ter só uma ideia da simplicidade do procedimento, não havia quase nenhuma recomendação específica para o paciente, no caso, eu. Nenhum jejum, nenhuma comida proibida, nenhuma atividade que eu não pudesse fazer na véspera. Entre entrar e sair da sala de cirurgia, todo o procedimento durou menos de 20 minutos.
Quando levantei, mesmo vendo um pouco embaçado, anuviado, eu já conseguia ver com muito mais clareza os rostos dos enfermeiros, conseguia identificar a hora no relógio de parede que eu sequer notei que existia. Fui para casa com óculos escuros e já lendo muitas coisas que eu nem pensava em ler antes: placas dos carros, outdoors, semáforos, tudo já estava incrivelmente mais claro minutos após a operação.
Pós-operatório
No mesmo dia da cirurgia, o recomendado é descansar os olhos mesmo. Fiquei usando quatro colírios diferentes, entre antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios e lubrificantes, e cochilei bastante. Dr. Álvaro não me proibiu de ver televisão, nem usar o computador, mas as duas atividades incomodavam um pouco e eu ainda não conseguia ler com muita clareza. Já não precisava dos óculos para nada.
Quando acordei no dia seguinte, comecei a observar pequenos prazeres, como conseguir ver a hora do relógio na estante assim que abria os olhos pela manhã, ler os rótulos do shampoo no banho, ler os ímãs de geladeira da mesa da cozinha, ler legendas na televisão, assistir a filmes deitada...! Tudo novo! Embora melhor, a leitura ainda não estava muito confortável, mas tudo dentro dos conformes.
Na consulta de revisão, 24 horas depois, Doutor Álvaro me falou que meus olhos estavam ótimos. Boa cicatrização do corte, boa acuidade visual. Com um esforcinho, consegui ler as menores letrinhas na parede, tudo isso sem precisar de lente nenhuma! Consegui ler a fonte 15. Antes, sem óculos, nem a fonte 200 era suficiente para eu conseguir enxergar.
Meus óculos, meus amigos de uma vida inteira, já não serviam de nada. Os médicos me falaram que a visão vai melhorando gradualmente até 30 dias após a cirurgia. Agora é só ter um pouco de paciência – e aproveitar a vida sem moldura.