ENTREVISTA

Mendonça Filho mostra preocupação com alfabetização em Pernambuco

Ministro da Educação falou sobre os baixos índices do Estado durante seminário realizado em Caruaru, promovido pelo SJCC

Da editoria de Cidades
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Publicado em 02/12/2017 às 19:39
Foto: Guga Matos /  JC Imagem
Ministro da Educação falou sobre os baixos índices do Estado durante seminário realizado em Caruaru, promovido pelo SJCC - FOTO: Foto: Guga Matos / JC Imagem
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Para o ministro da Educação, o pernambucano Mendonça Filho, melhorar os indicadores de alfabetização no País e assegurar que as crianças aprendam a ler e escrever até os 8 anos, quando concluírem o 2º ano do ensino fundamental, são ações essenciais para promover mudanças em todas as etapas da educação brasileira. Durante seminário realizado nesta sexta-feira (01) pelo Sistema Jornal do Commercio em Caruaru, no Agreste, ele disse que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) será lançada ainda este mês.

JC – Como o senhor avalia a etapa inicial da educação básica no Brasil?
MENDONÇA FILHO – Os indicadores de desempenho em termos de alfabetização no Brasil são bastante críticos. A gente tem um quadro geral que coloca o País com um número enorme de mais de 50% das crianças com resultado insuficiente, tanto em leitura quanto em escrita, e também em matemática no 3º ano do ensino fundamental. É um problema muito sério. A alfabetização é a base de toda a educação. Uma criança mal alfabetizada compromete, a rigor, o seu desempenho ao longo do ensino fundamental e depois no ensino médio. Resolver a questão da alfabetização na idade certa, com qualidade, com certeza, é a chave para uma mudança substancial em todas as etapas da educação brasileira.

JC – Isso tem que ser feito com urgência?
MENDONÇA – Sim. A gente corre atrás desse objetivo com atraso. Temos exemplos nacionais de boas práticas na alfabetização, como é o caso de Sobral, no Ceará. Pernambuco é referência no ensino médio e inspirou outras iniciativas no País. Espero que esse evento em Caruaru signifique um novo momento na educação do Estado. Espero que a experiência de Sobral se espalhe por Pernambuco e pelo Brasil. Infelizmente os indicadores do Estado na última Avaliação Nacional de Alfabetização, a ANA, não são positivos.

JC – Como o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa, o Pnaic, contribui para melhorar a alfabetização das crianças?
MENDONÇA – O Pnaic já funciona. É incorporado pelo MEC a partir da experiência cearense. A nossa luta agora é melhorar o desempenho do programa. É fazer com que a gente tenha alfabetizadores mais preparados, melhor capacitados, com uma mobilização dos prefeitos e das secretarias de Educação. Para que possamos mudar o caminho da alfabetização no Brasil.

JC– O que muda no Pnaic?
MENDONÇA – Toda a orientação nossa no MEC é de buscar as correções de rumo e proporcionar mais eficácia ao programa. Criamos a figura do assistente de alfabetizador, que vai atuar na missão de melhorar o desempenho das escolas no Brasil. Vamos monitorar mais as ações, buscando maior participação dos Estados. No caso do Ceará, por exemplo, é notório que parte do sucesso na alfabetização se deve também, e principalmente, à liderança estadual.

JC– Quando esses assistentes estarão atuando nas escolas?
MENDONÇA – A partir dos primeiros editais, previstos para o início de 2018. Todo o formato do Pibid (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) vai levar em consideração a residência pedagógica como um instrumento novo, para que tenhamos melhores professores em sala de aula. A experiência prática na sala de aula será um diferencial para que o professor também tenha um bom desempenho para levar o conhecimento às nossas crianças.

JC – Já há definição da quantidade de vagas por Estado?
MENDONÇA – Isso vai constar nos editais. Serão consideradas a demanda e a relação proporcional ao número de estudantes e professores.

JC– A nova Base Nacional Comum Curricular, quando sairá?
MENDONÇA – Ficará pronta agora em dezembro, espero homologar antes do Natal. Está no Conselho Nacional de Educação. Diz respeito à educação infantil e aos nove anos do ensino fundamental. Será importante para orientar os municípios e Estados a elaborarem seus currículos. A base do ensino médio deve sair no primeiro quadrimestre do próximo ano.

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