EDUCAÇÃO

Desenvolvimento econômico deve ser aliado da educação

Seminário promovido pelo SJCC mostrou que cidades da Zona da Mata Norte de Pernambuco precisam investir em educação se quiserem lucrar com a crescente indústria local

Da editoria de Cidades
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Publicado em 06/02/2018 às 8:30
Foto: Felipe Ribeiro /  JC Imagem
Seminário promovido pelo SJCC mostrou que cidades da Zona da Mata Norte de Pernambuco precisam investir em educação se quiserem lucrar com a crescente indústria local - FOTO: Foto: Felipe Ribeiro / JC Imagem
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Se quiserem lucrar com o desenvolvimento econômico que a fábrica da Jeep e outras empresas têm proporcionado na Zona da Mata Norte pernambucana, os 18 municípios que compõem a região precisam investir fortemente na melhoria da educação básica. Os resultados da última Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), realizada pelo Ministério da Educação (MEC) mostram que não será fácil: 16 cidades tiveram mais de 50% dos seus alunos com desempenho insatisfatório em leitura e oito em escrita. O assunto foi discutido, ontem, durante o seminário Pernambuco pela Educação, realizado pelo Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) no Teatro Sesc Ler, em Goiana.

“Uma boa educação é a chave para garantir empregabilidade e inserção no mercado do trabalho. A Mata Norte tem grande potencial, mas precisa melhorar a qualidade do ponto de vista educacional. É um trabalho que pode e deve ser feito em parceria entre as três esferas, federal, estadual e municipal”, destacou o ministro da Educação, Mendonça Filho, um dos convidados. O evento contou com mais de 300 participantes, a maioria educadores. Prefeitos de oito cidades estavam presentes (Goiana, Abreu e Lima, Igarassu, Condado, Aliança, Itambé, Camutanga e Macaparana).

O presidente do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), Marcos Magalhães, mostrou que os países com mais escolaridade são também os que apresentam melhor renda per capita. Ele destacou também que a produtividade brasileira está estagnada há 30 anos. “Não se consegue gerar conhecimento sem educação de qualidade. As profissões que estão surgindo requerem cada vez mais conhecimento e mais escolaridade. E o grande desafio do Brasil é preparar os jovens para esse mercado, para que não fiquem à margem da sociedade”, enfatizou. Ele lembrou que a primeira responsabilidade, na área educacional, é dos municípios, que têm a tarefa de promover uma boa alfabetização.

A ANA indicou que 70% das crianças pernambucanas estão concluindo o 3º ano do ensino fundamental com aprendizado insatisfatório em leitura e 50% em escrita. Goiana, que até o mês passado integrava a Mata Norte (hoje faz parte da Região Metropolitana do Recife), tem 86% de seus alunos nos níveis mais baixos de leitura e 72%, nos piores indicadores de escrita. É uma das seis cidades atendidas pelo programa Rota do Saber, desenvolvido pela Jeep, focado na melhoria do ensino fundamental público.

“Acreditamos que a educação é um fator de transformação. Desde que a Jeep chegou a Goiana, de 2012 para cá, capacitamos mais de 8 mil pessoas. A fábrica tem mais de 9 mil funcionários, dos quais 90% são nordestinos e 85%, pernambucanos. Mas entendemos que não adianta promover o desenvolvimento só na fábrica. Precisamos levar esse desenvolvimento para o entorno da Jeep, por isso criamos o Rota do Saber, que já atendeu 30 mil alunos de 183 escolas de quatro cidades de Pernambuco e duas da Paraíba”, explicou o gestor do polo automotivo da Jeep, Glauber Fullana.

APOIO

O seminário teve apoio da Fecomércio, TV Escola e Instituto Ayrton Senna, com cooperação do Ministério da Educação (MEC), Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Outros dois seminários ocorreram em dezembro do ano passado, em Caruaru, no Agreste, e em Petrolina, no Sertão. Estão previstos mais eventos em outras regiões de Pernambuco.

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