Projeto que envolve jogos de tabuleiro, robótica e games em computadores e tablets está ajudando crianças e adolescentes a melhorarem suas notas em matemática. As atividades, realizadas no Centro Comunitário da Paz (Compaz) Ariano Suassuna, no Cordeiro, Zona Oeste do Recife, envolvem 50 alunos de 15 escolas públicas de oito comunidades ou bairros vizinhos ao equipamento.
Tab&Tec é o nome da iniciativa. Multiplicação, divisão, frações, geometria e outros assuntos são ensinados de maneira divertida. Na maioria das vezes os participantes não percebem que estão estudando. A brincadeira é associada a rodas de leitura e contação de histórias. As aulas são na Biblioteca Carlos Percol.
“O foco é ensinar matemática e o pensamento lógico. Mas percebemos que uma das dificuldades dos alunos é que muitos sabem fazer as operações matemáticas, mas não interpretam o problema. Por isso, há também o estímulo à leitura”, explica a professora da Unidade de Tecnologia Fabiana Barbosa.
Cada turma participa do projeto por um semestre. Vai ao Compaz duas vezes por semana, com cinco horas de atividades. Do universo de 75 alunos do ano passado, Fabiana Barbosa diz que 74% mantiveram ou melhoraram suas notas em matemática, comparando a primeira unidade letiva com a segunda.
“Desses, 49% aumentaram as médias e 25% permaneceram com o mesmo desempenho. E outros 26% tiveram resultado abaixo da unidade anterior”, explica Fabiana Barbosa . Em seguida foi realizada uma nova comparação entre as terceira e quarta unidades.
“Houve mais estudantes com aumento de nota. Passamos de 49% para 56%”, afirma. Continuaram com as mesmas médias 17%. Com diminuição de nota foram 27%. A professora comparou também o desempenho das turmas em que os alunos estudam, tirando-os dessa avaliação. Constatou que no geral só 35% melhoraram o resultado em matemática. A análise das notas dos participantes deste ano ainda não foi feita.
ENTUSIASMO
Gabriel Paraíso Teixeira, 10 anos, estuda o 5º ano na Escola Municipal Dr. Samuel Gonçalves, no Prado. Integra o Tab&Tec desde o ano passado. “Gosto muito. O ensino é ótimo, a gente mexe no computador e se diverte. Eu tirei nota 6 em matemática da escola. Depois fiquei com 10. Fiquei feliz”, relata o menino, que também participa das aulas de futebol no Compaz Ariano Suassuna.
Mãe de Lucas Josué, 7, a dona de casa Luciana Ferreira, 38, moradora de San Martin, afirma que o garoto é fã do projeto. “Ele usa tablet, que não temos em casa nem na escola. Vem para o Compaz com alegria e reclama quando não consigo trazê-lo. Acho importante porque estimula a parte de matemática e a leitura”, comenta.
Para Rebeca Espíndola, 11, aluna do 7º ano da Escola Débora Feijó, na Mangueira, o melhor é que os professores do programa “ensinam de um jeito diferente, a gente aprende mais”. “Adoro os desafios matemáticos”, diz João Victor Santana, 9, do 4º ano da Escola Geração Ativa. “Acho mais fácil aprender no Tab&Tec”, diz Ramon Miguel, 9, da Escola Darcy Ribeiro.