O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve mudar a partir de 2020. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pela avaliação, está elaborando uma proposta que será apresentada à sociedade tão logo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio seja aprovada, o que pode ocorrer ainda este ano. O próximo exame acontecerá nos dias 4 e 11 de novembro, com a participação de 5,5 milhões de candidatos.
"O Enem precisa mudar. Enquanto se discute a base do ensino médio, o Inep está, em paralelo, montando uma proposta de mudanças no Enem. Acontece hoje de o Enem pautar as escolas. Temos que inverter. Os currículos devem ser postos dizendo como o exame deve se comportar", afirmou o ministro da Educação, Rossieli Soares, ontem, em São Paulo, durante o o 2º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, organizado pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca).
"É um processo contínuo e que não se encerrará este ano. Pela primeira vez, o Brasil terá a oportunidade de discutir o Enem, que é porta de entrada no ensino superior e não porta de saída”, defendeu Rossieli. A avaliação, uma das maiores do planeta, transformou-se, desde 2009, em principal meio de acesso às universidades públicas brasileiras. Com a nota do exame, os jovens concorrem a vagas de graduação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). As quatro universidades públicas de Pernambuco integram o sistema: UFPE, UFRPE, UPE e Univasf.
CAPES
O ministro garantiu também que não haverá cortes nas bolsas de pós-graduação mantidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). "Estamos discutindo com o Ministério do Planejamento o orçamento do MEC para 2019. Mas não haverá descontinuidade, como já assegurou o presidente, das bolsas de pós-graduação. Eu vou sempre brigar por mais recursos para educação como um todo, em qualquer lugar que eu estiver, e por uma distribuição melhor dessas verbas", destacou o ministro.
Ao comentar sobre o ensino médio, ele citou Pernambuco como um bom exemplo a ser seguido. Para atender o jovem que precisa trabalhar mas também deseja cursar essa etapa no modelo integral, uma saída, disse Rossieli, foi a adotada em seis escolas estaduais do Grande Recife ( Olinda, Paulista, Recife e Igarassu ). Em vez de ficar no colégio de manhã e à tarde, como acontece nas demais unidades integrais, o aluno tem aulas que começam de manhã e vão até 14h ou que se iniciam às 14h30 e vão até o turno noturno. "Assim o jovem pode trabalhar. Achei a ideia magnífica. Visitei essa escola em Paulista e vi os alunos participando. É um modelo a ser seguido", afirmou.
* a repórter viajou a convite da Jeduca e do Movimento Todos pela Educação