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Instituto Arqueológico de Pernambuco é premiado pela Unesco

Essa é a segunda vez que o instituto recebe título de Memória do Mundo

Do JC Online
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Publicado em 27/01/2012 às 10:49
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O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano dá início nesta sexta-feira (27) às comemorações pelos 150 anos de fundação da entidade, com sessão magna e concerto de piano no Teatro de Santa Isabel, Centro do Recife, às 20h. Mas a data redonda não é o único motivo das celebrações. A secular associação ganhou em 2011, pela segunda vez consecutiva, o título de Memória do Mundo concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Na contagem regressiva para os 150 anos, a Unesco selecionou como Memória do Mundo um acervo de 30 códices das Atas da Câmara do Recife, de propriedade do instituto. Os documentos, produzidos de 1761 a 1897, foram doados à entidade em 1929. “Encontram-se em perfeito estado de conservação e têm servido como base para trabalhos acadêmicos”, afirma o historiador George Cabral, vice-presidente da entidade.

“Os documentos registram o cotidiano da cidade. Dão testemunho da evolução do Recife ao longo de quase um século e meio, deixando-nos entrever como o governo municipal lidava com as demandas de um centro urbano que se consolidava como polo regional”, destaca o historiador. Há regulamentos de ordenamento urbano, de higiene e saúde, de organização do abastecimento e as regras de convivência social.

Para a desembargadora Margarida Cantarelli, presidente do instituto, o material é um verdadeiro tesouro. “Temos a história do Recife contada pelas Atas da Câmara”, ressalta. Em 2010, a Unesco tinha feito reconhecimento semelhante para o Atlas Vingboons, um conjunto de mapas holandeses da costa do Brasil, confeccionados em meados do século 17.

“O título de Memória do Mundo é atribuído aos acervos com valor de patrimônio documental da humanidade e as candidaturas são examinadas por um comitê internacional de especialistas”, explica George.

Também no passado, 20 mapas do acervo do instituto ajudaram o Arquivo Nacional da Holanda a concluir a publicação de um livro sobre a Companhia das Índias Ocidentais, empresa que financiou a ocupação holandesa no Nordeste brasileiro de 1630 a 1654. A capa do Grote Atlas Van de West-Indische Compagnie (1621-1674), editado em holandês e inglês, é ilustrada com uma imagem do Recife no período holandês.

“Faltavam esses mapas, que só existem no nosso acervo, para completar o Atlas da Companhia das Índias Ocidentais. Nós cedemos as imagens e recebemos do Arquivo Nacional da Holanda outros documentos de interesse do Brasil e da costa da África”, conta Margarida Cantarelli. Exemplares do atlas vão compor a biblioteca da associação, localizada na Rua do Hospício, Centro do Recife.

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