CENTRO

A 64 dias da Copa, Mercado de São José está sujo e sem manutenção

Mais antigo edifício pré-fabricado em ferro no Brasil, famosa atração turística espera por reforma

Cleide Alves
Cadastrado por
Cleide Alves
Publicado em 09/04/2014 às 8:00
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Leitura:

Atração turística do Centro do Recife, o Mercado de São José é o mais antigo edifício pré-fabricado em ferro no Brasil e, possivelmente, deverá fazer parte do roteiro de visitações durante a Copa do Mundo. Porém, faltando 64 dias para a abertura do mundial de futebol, o prédio tem goteiras no telhado, exibe vidraças quebradas e camadas de poeira cobrem as venezianas de vidro (despedaçadas) e de madeira das fachadas.

“A prefeitura anunciou um projeto de reforma para o imóvel, mas a obra não fica pronta antes da Copa. Enquanto o serviço não começa, o prédio precisa de um paliativo para receber melhor os visitantes e não só por causa da Copa”, declara Valdemir Melo de Lira, locatário no mercado há 32 anos, no ramo de refeições. Ele cita reforço na segurança no entorno do prédio e melhorias nos sanitários como ações que podem ser feitas de imediato.

Ricardo Pessoa vende artesanato no famoso mercado do bairro de São José há 43 anos e aponta avarias no teto. “O telhado está cheio de goteiras. Um dos boxes está coberto por lona plástica, para proteger a mercadoria dos pingos de chuva”, declara o comerciante. Ele lembra que a Copa será realizada de 12 de junho a 13 de julho, os meses mais chuvosos do Recife. “Paguei uma pessoa para botar cimento e tentar corrigir o defeito, mas não resolveu. Vou gastar mais dinheiro”, acrescenta.

Segundo ele, outro problema a ser enfrentado é a circulação de bicicletas e de carrinhos para transporte de mercadorias dentro do centro comercial. “Muita gente usa o mercado para cortar caminho e abastecer lojas das proximidades. Os carregadores passam pelos corredores, onde estão os clientes olhando os artesanatos, gritando “bora, bora, sai da frente.” Isso não é correto num ponto de visitação turística”, destaca Ricardo Pessoa.

Confira o vídeo:

Uma das vidraças do prédio, acima do portão lateral (perto da feira de frutas e verduras) desabou há seis meses e nunca foi reposta. As venezianas de vidro nas fachadas estão sujas e quebradas. “Isso é uma nojeira, bem perto dos boxes de carnes e lanches. Numa chuva de vento, a sujeira dos vidros vai direto para as comidas. É uma vergonha, um jato d’água resolvia isso”, diz José Severino da Silva, morador do Recife e cliente do mercado há 52 anos.

O sanitário feminino precisa de reparos: não há fechadura nas portas, os vasos não têm tampa, falta gancho para pendurar bolsas e a madeira da janela está quebrada. “Além disso, quatro cabines é pouca coisa. Como vai ser na Copa?”, avaliam Terezinha de Jesus e Nazaré Ferreira, usuárias do banheiro.

Locatários também chamam a atenção para o entorno do prédio, cercado por barracas de feirantes, sem ordenamento, e com acúmulo de lixo. “Alguns tabuleiros ocupam as poucas vagas de estacionamento”, diz uma comerciante. Na Praça Dom Vital, endereço do mercado, bancos servem como varal de roupa e, nos três jardins, em vez de grama, há apenas mato.

O secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, disse que as pequenas falhas podem ser corrigidas e informa que a prioridade é organizar a feira no entorno do imóvel. “Estamos vendo a cidade como um todo e não apenas pensando na Copa. A prefeitura está organizando o comércio ambulante do Centro e até o início dos jogos teremos muitas ruas ordenadas”, garante João Braga.

Ele disse que a obra maior, de restauração do mercado, só será feita depois do ordenamento da feira da Praça Dom Vital. “Vamos arrumar os comerciantes, para que a circulação de pedestres e veículos não seja prejudicada. Até o fim deste ano, teremos concluído essa etapa. Já começamos as mudanças, pelo Cais de Santa Rita, e seguiremos na direção do mercado.”

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Mercado de São José, um cartão postal sujo e desbotado - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Mercado de São José, um cartão postal sujo e desbotado - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Mercado de São José, um cartão postal sujo e desbotado - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Mercado de São José, um cartão postal sujo e desbotado - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Mercado de São José, um cartão postal sujo e desbotado - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Mercado de São José, um cartão postal sujo e desbotado - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Mercado de São José, um cartão postal sujo e desbotado - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Mercado de São José, um cartão postal sujo e desbotado - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Mercado de São José, um cartão postal sujo e desbotado - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Leia mais no Jornal do Commercio

Últimas notícias