BAIRRO DO RECIFE

Prédio secular é recuperado e dá espaço a café e espaço cultural

Imóvel da Rua Madre de Deus será reaberto no dia 1º de maio para abrigar o Roda Café

Do JC Online
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Publicado em 19/04/2014 às 18:27
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O Bairro do Recife, centro histórico da capital pernambucana, terá um prédio desocupado a menos. Fechado há dois anos, o edifício de número 66 da Rua da Madre de Deus passa por obras de restauração e vai reabrir em 1º de maio próximo como espaço de uso múltiplo, ancorado na bebida mais consumida no Brasil e no mundo: o café.

Batizado de Roda Café, o novo empreendimento se propõe a ser um lugar de referência na discussão sobre a cidade, com ênfase na mobilidade urbana (sistema viário, calçadas, área verde, espaço público, edifícios), explica o arquiteto César Barros, responsável pela concepção do projeto. Daí a escolha do nome. “Roda simboliza o debate, o elemento que gira, o pneu do carro”, comenta o arquiteto.

Com 400 metros quadrados de área útil, o prédio de três pavimentos será ocupado com bar, restaurante, sala de estar e um mirante no teto, para o visitante contemplar, de um ângulo diferente, a paisagem da cidade. As portas de vidro permitem a interação do edifício com o bairro. Quem está dentro do Café vê quem circula na rua e vice-versa.

“Criamos ambientes diversificados, para atrair um público variado”, explica César Barros. No térreo, ficarão o bar-café e uma loja. O bar, com música, mesas, bancos altos e wi-fi, foi pensado para encontros na saída do expediente do trabalho, a popular happy hour. Vinho, espumante, geleia e massas congeladas serão vendidos na loja.

A cozinha e a administração deverão funcionar no primeiro andar. O último pavimento terá um restaurante de comidas leves e um espaço para leitura, bate-papo, palestras e debates. Como o elevador não para no primeiro andar, apenas o banheiro do terceiro piso é acessível.

Telões com 4 metros de comprimento por 2,5 metros de largura serão fixados nas paredes do bar, restaurante e sala de estar, para projetar vídeos com cenas do cotidiano de cidades brasileiras e estrangeiras: Petrolina, Santiago, Paris, Amsterdã.

Um diferencial do projeto é o aproveitamento do teto como terraço, arborizado com sapoti-do-mangue e cruzia. “É um local aberto ao público onde a pessoa pode ler um livro – haverá cadeira, mesa e guarda-sol – ou só olhar a cidade”, diz o arquiteto. De lá, é possível contemplar o Rio Capibaribe, o mar e telhados de edificações do bairro.

O prédio, delimitado pelas Travessas Tuyuti e do Amorim, terá uma máquina para triturar e compactar o lixo. Também contribuirá com a arborização do bairro. A ideia é plantar duas árvores na calçada da Rua da Madre de Deus (flamboaiã-mirim) e um arbusto na calçada da Travessa Tuyuti (ipê-mirim).

Madeira e portas de demolição foram reaproveitadas na obra de restauração, assim como painéis coloridos que decoravam o prédio, onde funcionou o projeto Arte e Vida. Oito deles, que estavam espalhados pela edificação, agora ficam numa única parede.


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