A obra de implantação do túnel na Rua Real da torre, iniciada em março de 2013, na Madalena, Zona Oeste do Recife, reduziu em 60% as visitas ao Casarão de João Alfredo, onde funciona o Museu da Abolição. De acordo com a diretora da instituição, Elisabete Assis, desde o inicio dos trabalhos, o acesso ao estacionamento foi bloqueado. Como a nova entrada não está pronta, os ônibus que levam estudantes ao museu não têm lugar para estacionar.
“Quando o túnel estiver funcionando, a longo prazo, seremos beneficiados. Mas, hoje, os impactos negativos são grandes”, comenta Elisabete Assis. O Túnel da Abolição tem 287 metros de extensão e integra o corredor exclusivo de ônibus Leste-Oeste, que faz a ligação do Derby, bairro da área central do Recife, como o município de Camaragibe, na região metropolitana. A passagem subterrânea passa sob a Avenida Caxangá na direação da Rua João Ivo da Silva e deverá desafogar o trânsito na região.
Em 2013, governo do Estado, responsável pela intervenção na Madalena, prometeu inaugurar o túnel em janeiro de 2014, após dez meses de obra. O prazo foi adiado para fevereiro e depois remarcado para o fim de maio. Em seguida, o governo transferiu a data de inauguração para junho, antes dos jogos da Copa do Mundo. Agora, promete abrir o túnel aos veículos no fim de agosto de 2014. A implantação da passagem subterrânea, que terá três faixas de rolamento, custa R$ 16 milhões.
"Do jeito que está, a obra só fica pronta na próxima Copa do Mundo", reclama a funcionária pública Elenida Miranda, moradora da Madalena. "Não acredito que isso vai desafogar o trânsito. Hoje, só tenho prejuízo. O muro do meu prédio está cedendo e as calçadas interna e externa estão rachadas e quebradas, por causa da obra", diz Luzia Dionísio. Ela mora na Rua João Ivo da Silva, o trecho final do túnel.
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