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PMs da Cioe aderem ao programa de treinamento denominado crossfit

Método utilizado pela Swat fará parte do treinamento da tropa de elite de Pernambuco

Jorge Cavalcanti
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Jorge Cavalcanti
Publicado em 09/11/2014 às 8:37
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Método utilizado pela Swat fará parte do treinamento da tropa de elite de Pernambuco - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Tropa de elite da Polícia Militar do Estado, a Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe) aderiu ao programa de treinamento de força e condicionamento geral criado nos Estados Unidos e aplicado aos militares e policiais norte-americanos, denominado crossfit. Caracterizad o por misturar exercícios de ginástica, atletismo e levantamento de peso, o método ganhou adeptos por comprovadamente melhorar o desempenho nas dez capacidades físicas do ser humano. Em 1995, ele foi implantado no Departamento de Polícia de Santa Cruz, cidade da Califórnia, antes de ser adotado também por outras unidades, como a Swat (Armas e Táticas Especiais, na tradução literal). Agora, o crossfit é a aposta para tornar mais eficiente os homens de preto de Pernambuco, o equivalente aos integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Rio de Janeiro, retratados nos dois filmes Tropa de Elite.

A Cioe aceitou fazer parte de um projeto piloto. No começo de outubro, cinco homens da companhia foram avaliados e começaram a participar das aulas de crossfit, três vezes por semana, uma hora por dia. Ao final de dois meses de prática, eles serão submetidos a novos testes para analisar o progresso nas dez capacidades físicas. A intenção do comando da Cioe é montar uma estrutura de treinamento dentro de sua sede, localizada na Zona Oeste do Recife, para estender os exercícios ao restante da tropa. E o método criado pelo professor de ginástica olímpica e ex-atleta Greg Glassman passará a fazer parte da rotina dos caveiras, como também são chamados os policiais mais bem treinados de Pernambuco.

Há 20 anos na Polícia Militar e uma década envergando a farda preta, exclusividade de apenas 117 dos cerca de 19 mil homens da corporação, por isso, motivo de orgulho, o subtenente Adriano Luiz foi um dos cinco selecionados para participar das aulas de crossfit. “Como a maioria dos membros da unidade, estamos em um condicionamento físico bastante razoável em comparação com os demais policiais. Os dois meses de treinos ainda não acabaram, mas eu já senti uma melhora na força, no equilíbrio e na resistência cardiorrespiratória”, conta ele. 

O projeto piloto da Companhia Independente de Operações Especiais foi concebido em parceria com a Crossfit Manguetown, “box” situado no bairro de Casa Forte, na Zona Norte do Recife, e um dos poucos especializados no método em Pernambuco. Como os termos usados no programa de treinamento são todos em inglês, a estrutura montada e direcionada para a prática do crossfit, geralmente em galpões, chama-se “box”, não academia. Em português, ginásio se aproximaria mais da concepção.

“Nos treinos de rotina, já fazíamos alguns dos exercícios do crossfit, mas de forma empírica. Agora, aliamos uma metodologia profissional, o que nos ajudará muito nas situações que enfrentamos no dia a dia”, assevera o subtenente Adriano.

Os caveiras atuam na Região Metropolitana do Recife e apenas em casos eventuais são designados para missões no interior do Estado. Como constituem a tropa de elite da Polícia Militar, eles entram em cena apenas em situações extremas, como nos casos em que há suspeita de bomba ou a necessidade de arrombamento seguido de resgate, por exemplo. Para isso, precisam ser cirúrgicos na operação, o que exige um elevado preparo físico e psicológico. A dificuldade começa logo no momento de fazer parte da Cioe. Quando o subtenente Adriano fez o curso para entrar na Cioe, há dez anos, de 32 homens apenas 21 chegaram ao final.

Responsável por comandar a Companhia Independente de Operações Especiais, o major Antônio Menezes acredita que o crossfit vai ajudar no desempenho de seus homens, tornando-os mais preparados para situações reais. “Atuamos onde o policial convencional não atua. Há casos que exigem um preparo excepcional. Muitas vezes o policial da Cioe precisa transpor obstáculos carregando, além do armamento, outros equipamentos pesados como a mochila de arrombamento tático ou a roupa do esquadrão antibomba”, exemplifica. A Cioe foi criada em dezembro de 1989 e completará 25 anos este ano.


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