Urbanismo

CDU protege duas casas do século passado no Recife

Classificadas como Imóvel Especial de Preservação (IEP), as edificações não podem ser demolidas. Uma tem estilo arquitetônico eclético e a outra é modernista

Da Editoria Cidades
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Publicado em 10/02/2015 às 8:08
Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
Classificadas como Imóvel Especial de Preservação (IEP), as edificações não podem ser demolidas. Uma tem estilo arquitetônico eclético e a outra é modernista - FOTO: Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
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Uma casa modernista do bairro de Parnamirim e um palacete de arquitetura eclética de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, são os mais novos Imóveis Especiais de Preservação (IEPs) da cidade. A inclusão das edificações na lista de bens protegidos pelo município foi aprovada por unanimidade pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), na última reunião do colegiado, sexta-feira-passada (6). Com a decisão, as duas construções não podem ser demolidas.

Localizado na Estrada do Arraial, nº 3139, o casarão eclético pertenceu a uma família de industriais. De acordo com a Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural do Recife (DPPC), a moradia remonta aos anos 40 do século 20. Nessa época, explicam os técnicos, o modernismo já havia chegado à capital pernambucana, “mas o gosto eclético resistia em residências das classes mais abastadas.”

O palacete, na esquina da Rua Ferreira Lopes, tem pilastras na fachada, jarrões, pinhas, estátuas e balaústre de ferro no guarda-corpo dos terraços, típicos da arquitetura eclética. Porém, tudo usado com moderação. Esse seria o diferencial da edificação e que justifica a classificação como IEP, afirma Emília Avelino, relatora do processo no CDU e assessora da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife.

“É um representante do eclético tardio, com a decoração bem menos rebuscada, marcando a transição para a arquitetura moderna”, reforça a relatora. Antes de passar pelo CDU, diz ela, o processo recebeu parecer favorável da Comissão de Controle Urbanístico (CCU), órgão consultivo da Secretaria de Planejamento da cidade. Os proprietários receberam prazo de 30 dias para comentar o assunto e não se manifestaram.

O mesmo aconteceu com a casa modernista da Avenida Dezessete de Agosto, nº 206, na esquina com a Rua José de Godoy Vasconcelos. O imóvel de uso residencial, conforme a DPPC, foi desenhado pelo arquiteto Hugo Marques, que também assina os projetos dos Edifícios Almare e Almare anexo, na Avenida Guararapes (bairro de Santo Antônio) e Capibaribe, na Rua da Aurora (Santo Amaro), no Centro.

Hugo Marques participou da produção da arquitetura moderna do Recife, nos anos 30, e deixou na casa de Parnamirim a marca do “modernismo adocicado”, diz Emília Avelino. “É uma construção com estruturas independentes; uso de novas técnicas, como o concreto armado e esquadrias duplas de madeira (vidro e veneziana); e cercada por um gradil baixo”, explica, no parecer apresentado aos conselheiros do CDU.

Emília Avelino informa que o pedido de classificação das edificações como IEP partiu da DPPC. Com a aprovação no conselho, a cidade passa a contar com 162 Imóveis Especiais de Preservação. Só falta a publicação no Diário Oficial do Município. Em dezembro do ano passado, o CDU transformou em IEP as duas casas modernistas, geminadas, da Avenida Rosa e Silva, nas Graças, bairro da Zona Norte.

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