ATRASADA

Rios da Gente, a rota do atraso e do descaso

Navegabilidade do Capibaribe continua atrasada, e a previsão para a operação é final de 2016

Felipe Vieira
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Felipe Vieira
Publicado em 09/05/2015 às 5:57
Guga Matos
Navegabilidade do Capibaribe continua atrasada, e a previsão para a operação é final de 2016 - FOTO: Guga Matos
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Há exatos três anos, em maio de 2012, o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, anunciava, a um custo de R$ 289 milhões, o início do projeto Rios da Gente, o tão sonhado modal de transporte público pelas águas do Rio Capibaribe. Havia a expectativa de que a promessa – mote de campanhas de políticos das mais diferentes orientações ideológicas ao longo dos anos – saísse do papel, virando realidade em março de 2014. Problemas com a liberação de recursos jogaram as obras no abandono, obrigando o governo do Estado a esticar para o final de 2016 o prazo para o início da operação do sistema. Os canteiros de obras das cinco estações, num trecho de 11 quilômetros entre o Centro do Recife e o bairro de Apipucos, na Zona Norte, não só foram paralisados como tiveram claros revezes. Onde havia tapumes e alguns tímidos indícios de obras, hoje existe apenas mato, lixo e a velha incerteza quanto à viabilidade do projeto, que ainda contempla um ramal de 2,9 quilômetros entre o Centro e as proximidades do Shopping Tacaruna, em Santo Amaro.

O caso mais emblemático do abandono do projeto Rios da Gente é no terreno destinado à Estação Recife, no bairro de São José, área central da capital pernambucana. Atrás da placa que anuncia o serviço, nada de máquinas nem homens trabalhando. O local virou um estacionamento com capacidade para 55 veículos. O flanelinha Marconi Gomes cobra R$ 4 por carro e garante que o dinheiro arrecadado fica apenas com ele. “Um rapaz da obra me pediu para tomar conta do terreno para que ninguém invadisse”, diz, sem especificar quem é ele ou onde trabalha.


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