Mobilidade

Precariedade e falta de segurança tomam conta de passarelas de pedestres

Instalados para facilitar travessia em área de grande fluxo de veículos, equipamentos na BR-101, na BR-232 e no Pina estão quebrados e deixam usuários inseguros

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 29/07/2015 às 6:30
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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A impressão de quem circula pelas passarelas espalhadas pela Região Metropolitana do Recife é de que estão completamente ao léu. Envergonham a precariedade e a falta de segurança que tomam conta desses equipamentos, projetados para evitar que os pedestres se arrisquem ao atravessar vias de tráfego intenso. Sujeira, lodo, madeiras soltas e deterioradas, estruturas de ferro velhas, escadas rolantes e elevadores quebrados conferem um cenário perigoso às passarelas, que deveriam oferecer exatamente o contrário: proteção. Mesmo conhecendo os riscos impostos pelos equipamentos, a população se arrisca porque, em muitos casos, não tem outra opção.

É o caso da estudante Wyderlane Oliveira, 18 anos, que não consegue afastar o medo ao passar pela passarela sobre a rodovia BR-232, no Curado, Zona Oeste do Recife. “Enfrento um perigo grande porque os pisos estão cheios de buracos. Mas acho pior ter que passar pela pista. E à noite, o medo de sofrer um assalto é grande”, diz Wyderlane, ao referir-se à sensação sobre o elevado, instalado em março de 2012, logo após a inauguração do Hospital Pelópidas Silveira, referência em cardio e neurologia. 

A ideia inicial era construir uma passarela provisória para facilitar o acesso de quem precisa ir à unidade de saúde. Ao longo de dois anos e oito meses, a empresa Mills, contratada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), ficou com a tarefa de instalar e manter o equipamento temporário por R$ 20 mil ao mês. O investimento de R$ 640 mil, nesses 32 meses, parece ter sido em vão diante da situação que toma conta da plataforma. Em nota, a SES informa que, mesmo com o fim do contrato de aluguel da passarela, está em negociação com a empresa contratada para que reparos sejam feitos na estrutura.

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
BR 101 Norte- Boa parte do elevado está sem grades de proteção. - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 101 Norte- Boa parte do elevado está sem grades de proteção. - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 101 Norte- Boa parte do elevado está sem grades de proteção. - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 101 Norte- Boa parte do elevado está sem grades de proteção. - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 101 Norte- a estrutura virou ponto constante de assaltos e atrai pessoas que usam drogas - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 232- A ideia inicial era construir uma passarela provisória para facilitar o acesso ao Hospital - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 232- A ideia inicial era construir uma passarela provisória para facilitar o acesso ao Hospital - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 232- A ideia inicial era construir uma passarela provisória para facilitar o acesso ao Hospital - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 232- A ideia inicial era construir uma passarela provisória para facilitar o acesso ao Hospital - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 232- A ideia inicial era construir uma passarela provisória para facilitar o acesso ao Hospital - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 232- A ideia inicial era construir uma passarela provisória para facilitar o acesso ao Hospital - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 232- A ideia inicial era construir uma passarela provisória para facilitar o acesso ao Hospital - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 232- A ideia inicial era construir uma passarela provisória para facilitar o acesso ao Hospital - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 232- A ideia inicial era construir uma passarela provisória para facilitar o acesso ao Hospital - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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BR 232- A ideia inicial era construir uma passarela provisória para facilitar o acesso ao Hospital - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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O estado da passarela na BR-101, na altura do Hospital das Clínicas também é precário - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Os dois elevadores, que eram usados pelos pacientes com dificuldade de locomoção, estão parados há m - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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O estado da passarela na BR-101, na altura do Hospital das Clínicas também é precário - Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

A secretaria esclarece que o elevado deveria ser provisório até um equipamento permanente ser instalado pelos órgãos responsáveis pela administração da rodovia – no caso, o Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE). O órgão informou que o projeto para triplicar a BR-232, da saída do Recife até a entrada da BR-408 (acesso à Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, Grande Recife), contemplará a construção da passarela definitiva. Não se fala, contudo, em prazos para o projeto sair do papel. 

O estado da passarela na BR-101, na altura do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco, na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, também é precário. Os dois elevadores, que eram usados pelos pacientes com dificuldade de locomoção, estão parados há meses. Restam as escadas enferrujadas e esburacadas para quem deseja ter acesso à estrutura e não se arriscar ao atravessar entre carros e caminhões. Num dos lados da passarela, as grades de proteção não existem mais. “Nos dias de chuva, o risco de a gente escorregar e cair da passarela é grande. O perigo que passamos é absurdo”, diz a dona de casa Rosa Angélica da Silva, 70 anos. 

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) justifica que a empresa contratada para realizar a restauração da passarela do HC não cumpriu as obrigações assumidas. O órgão garante que será feita rescisão do contrato e, em seguida, aberta licitação – processo que, segundo o Dnit, será feito em caráter emergencial. Para a manutenção dos elevadores, há contrato em vigor com repasse mensal de R$ 2.965,66.

Ainda na BR-101 Norte, a insegurança é uma constante na passarela do município de Paulista, Grande Recife. Boa parte do elevado está sem grades de proteção. Outro problema é que, diante do cenário de abandono, a estrutura virou ponto constante de assaltos e atrai pessoas que usam drogas a qualquer hora do dia. Ainda assim, há quem se arrisque na passagem por temer atravessar a rodovia de tráfego intenso. O Dnit alega que há um projeto de revitalização do elevado, mas ainda está em análise do órgão para ser aprovado. A contratação da empresa que executará os serviços será feita mediante processo licitatório.

Leia a matéria completa no caderno Cidades 

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