MEIO AMBIENTE

Parque do Jiquiá terá ação conjunta para comunidade do entorno

Prefeitura e Universidade Rural capacitarão famílias em áreas como sustentabilidade

Do JC Online
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Publicado em 20/10/2015 às 6:30
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Prefeitura e Universidade Rural capacitarão famílias em áreas como sustentabilidade - FOTO: Fernando da Hora/JC Imagem
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O tão sonhado projeto de requalificação do Parque do Jiquiá, na Zona Oeste da cidade, está, desde junho, em análise no Ministério da Ciência e Tecnologia, em Brasília. Um investimento inicial de R$ 5 milhões apenas para construir um novo acesso. Enquanto não há indicativos de quando as obras vão começar, o local será alvo de uma ocupação gradativa por parte do poder público. A Prefeitura do Recife e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) assinaram, na última sexta-feira, um protocolo de intenções para promover atividades de pesquisa e ensino para as cerca de 800 famílias que vivem em ocupações irregulares no entorno do Jiquiá.

Em um primeiro momento, a UFRPE será responsável por ministrar cursos nas áreas de línguas estrangeiras, arte-educação, manutenção de trilhas e informática. Posteriormente, as aulas serão voltadas para a área de sustentabilidade, como coleta seletiva e comércio de produtos reciclados. As atividades ainda dependem de um planejamento da universidade para terem início. “O que começará imediatamente é a implantação de uma horta orgânica para que a população local possa, com o apoio técnico da UFRPE, cultivar seus próprios alimentos. E o que vai ser plantado será decidido de acordo com as necessidades da comunidade ”, comenta a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Roseana Amorim.

Enquanto o projeto de requalificação não sai do papel e as oficinas da parceria com a UFRPE não começam, a comunidade do entorno segue sua rotina de privações e falta de estrutura. Não há saneamento, e a pouca água que chega às torneiras dos moradores é puxada por bombas instaladas no chão das vielas. “A gente sabe que não é o certo, mas também temos direito a ter água em casa e o governo nos esquece”, comenta a doméstica Rosângela Arruda, que há cinco anos mora ao lado do parque. 

O estudante universitário Marlon Henrique diz que a prefeitura já fez cadastramento das famílias da comunidade para a transferência para conjuntos habitacionais, mas que até agora não sinalizou sobre a mudança. “A gente também quer a regularização da comunidade, pois muita gente deseja ficar aqui, só que em moradias dignas e não em barracos”.

O projeto de requalificação do Parque do Jiquiá prevê a instalação de planetário, além de um museu relativo à 2ª Guerra Mundial (no local onde funcionavam os paiois do Exército) e um museu de ciência e tecnologia. A Praça da Juventude, um dos itens do projeto original, já foi concluída mas, abandonada, corre o risco de degradação. Em junho deste ano, o então ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, veio ao Recife e prometeu liberar R$ 5 milhões para a primeira parte do projeto. Rebelo é hoje ministro da Defesa e o montante não foi liberado.

Ontem, o Parque do Jiquiá sediou a abertura da 10ª semana municipal do Meio Ambiente, com o tema “Luz, ciência e vida”. O evento vai até o próximo domingo e deverá reunir, em oito polos espalhados pela cidade, um total de mil alunos da rede municipal. O ponto alto da abertura foi a apresentação dos robôs humanoides programados por alunos da Escola Municipal Arraial Novo do Bom Jesus.


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