Polêmica

Serviço de limpeza do Açude de Apipucos assusta moradores

Emlurb jogou areia no açude para máquina passar, mas afirma que vai retirá-la em 15 dias

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Publicado em 20/10/2015 às 6:04
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Emlurb jogou areia no açude para máquina passar, mas afirma que vai retirá-la em 15 dias - FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Um serviço executado pela Prefeitura do Recife no Açude de Apipucos, em bairro homônimo, na Zona Norte, está gerando polêmica entre os moradores. Segundo a prefeitura, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana  Emlurb) está criando “uma plataforma de acesso” (lançando areia no açude) para a máquina passar e desobstruir o sistema de drenagem que deságua no local, a fim de minimizar as consequências dos alagamentos que acontecem nas proximidades da Vila São João. Mas os moradores reclamam que o maquinário utilizado vem comprometendo a estrutura das casas, sem garantia de indenização, e que todas as árvores dos quintais vão ser destruídas na quinta-feira. 

“Nos deram esse prazo para desocuparmos os quintais, depois que acionamos órgãos ambientais por conta do aterro que estão fazendo. Não nos comunicaram nada antes, apenas chegaram passando a máquina e derrubando árvores. As casas ficam tremendo, elas não vão aguentar isso. Disseram que toda a área dos quintais (indenizadas anteriormente a outros moradores) vai se tornar açude”, relata a dona de casa Sineide da Silva, 40, que mora desde os 2 anos no local. 

“Eu concordo que façam a limpeza, mas não prejudicando a gente, as plantas, os quintais”, critica o vendedor Valdecir Inácio de Lima, 55, morador da área há 44 anos. “Fizemos 23 solicitações à prefeitura sobre alagamento na Vila São João, mas não resolveram então nós mesmos nos reunimos e levantamos umas placas em concreto. Agora o alagamento fica por baixo”. Mas alguns moradores dizem que a obra piorou a situação

“Eu fui criada aqui, bebi água desse açude, ele era lindo, mas a própria prefeitura não cuida e ele está morrendo aos poucos”, reclama Amara Maria da Silva, 63. “É a terceira vez que fazem esse aterro e não resolvem nada. Agora estão querendo deixar a água batendo nas casas. E ninguém fala com a gente direito para explicar esse serviço”.

De acordo com a prefeitura, a “plataforma” de areia será removida após a conclusão do serviço, que deve durar cerca de quinze dias. Afirma, também, que a limpeza do açude para retirada de baronesas e lixo do local é feita diversas vezes, com o apoio de uma escavadeira hidráulica.

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