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Segunda Perimetral é o retrato do abandono

Via que liga Olinda à Zona Norte do Recife é um festival de buracos

Do JC Online
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Publicado em 04/03/2016 às 7:12
Sérgio Bernardo/JC Imagem
Via que liga Olinda à Zona Norte do Recife é um festival de buracos - FOTO: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Seja de caminhão, ônibus, carro de passeio, moto ou bicicleta, não há quem consiga escapar dos buracos e transitar sem problemas pela Avenida Senador Nilo Coelho, conhecida como Segunda Perimetral, que corta os bairros de Aguazinha e Ouro Preto, em Olinda, no Grande Recife. Sem falar dos pedestres, que se arriscam no meio da pista por absoluta falta de calçadas. Outro problema que depõe contra o corredor viário, um dos mais importantes eixos de ligação de Paulista e Olinda com a Zona Norte recifense, é o acúmulo de lixo e de sucata nas margens da avenida.

Os trechos mais complicados da Segunda Perimetral são no cruzamento com a Avenida Presidente Kennedy, onde os buracos testam a paciência dos motoristas, e na frente do antigo Aterro Sanitário de Aguazinha. Os buracos são tantos que os veículos “mergulham” nas crateras ou precisam invadir a faixa contrária para continuar viagem. Vários motoristas que cruzaram com a reportagem do JC acenaram com gestos de desaprovação para a avenida.

“Para quem precisa passar por aqui todos os dias, é prejuízo certo”, alerta o comerciante Eduardo Adrião. Ele transporta material de construção e já teve cinco veículos danificados na via, entre carros de passeio e caminhões, e contabiliza R$ 4 mil gastos para reparar pneus rasgados, molas quabradas e jantes danificadas. “O prefeito de Olinda deveria olhar um pouco para essa avenida, porque a situação é absurda”, reclama.

Outro problema da avenida é um desvio improvisado nas proximidades do cruzamento com a PE-15. Há cinco anos, por causa de um deslizamento de barreira, o trecho foi interditado. Agora, o espaço é usado como depósito de lixo. 

“Mesmo depois que o caminhão do lixo passa, as pessoas continuam colocando entulho e até bichos mortos. Nós é que sofremos com as muriçocas, moscas e com o mau cheiro”, reclama a dona de casa Janaína da Silva, que mora nas proximidades. Por causa do desvio, os carros são obrigados a seguir pela contramão para ter acesso à rodovia PE-15. Sem sinalização, o risco de acidentes é grande. “Já presenciei várias batidas nesse trecho. Quem passa aqui pela primeira vez e não presta atenção, corre perigo”, alerta.

Como pedestre, a dona de casa se queixa da dificuldade para atravessar a avenida, já que não há faixas de proteção ao longo dos quatro quilômetros de extensão da via. “É muito difícil, principalmente quando estou com o meu filho tentando atravessar no horário de pico”, conta. Além disso, quase não se observa calçadas ao longo da avenida. No lugar de passeio público, há muito mato e entulhos.

Em nota, a Prefeitura de Olinda informou que realizou uma intervenção emergencial no dia 13 de fevereiro e que recapeou os trechos mais danificados da avenida. A administração municipal prometeu, também, que fará a limpeza e a desobstrução de galerias e canaletas da via, além de novo serviço de tapa-buracos na primeira quinzena deste mês. A manutenção da rede de águas pluviais é necessária para que alagamentos não venham a comprometer o asfalto que será colocado posteriormente, explica a gestão.

Sobre os pontos críticos de lixo, a administração alegou que ações periódicas são realizadas na avenida para a retirada de entulhos e erradicação de possíveis focos de proliferação do mosquito Aedes Aegypti.

 

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