Água na torneira

Chuvas tiram cidades do Sertão do colapso de abastecimento

Companhia calcula que o volume de água acumulado nesses mananciais deverá suprir a demanda de abastecimento em Brejinho, Itapetim e Borborema por até três anos, caso não volte a chover nesse período

Do JC Online
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Publicado em 11/04/2016 às 19:12
Foto: Divulgação/ Compesa
Companhia calcula que o volume de água acumulado nesses mananciais deverá suprir a demanda de abastecimento em Brejinho, Itapetim e Borborema por até três anos, caso não volte a chover nesse período - FOTO: Foto: Divulgação/ Compesa
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Os moradores dos municípios de Brejinho e Itapetim, além do distrito de Borborema, em Tabira, no Sertão de Pernambuco, estão voltando a receber água através da rede de distribuição da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). A medida foi possível uma vez que os mananciais da região saíram do colapso após as chuvas que caíram no Sertão do Pajeú na última semana de março. A companhia calcula que o volume de água acumulado nesses mananciais deverá suprir a demanda de abastecimento nessas cidades por até três anos, caso não volte a chover nesse período.

Em Brejinho, a água voltou às torneiras dos moradores na última terça-feira (5), após as duas barragens que atendem o município, Serraria e Mãe D’Água, conseguirem juntar 17,6% e 100% dos volumes, respectivamente. “Estamos ajustando a rede de distribuição, consertando alguns vazamentos que aparecem depois de tanto tempo sem passar nada pelas tubulações. Quando terminarmos essa etapa de ajustes, a expectativa é que a cidade fique com água todos os dias”, anunciou o gerente regional do Alto Pajeú, Sérgio Bruno Cavalcanti. A cidade passou um ano sendo abastecido apenas por meio de caminhões-pipa.

Depois de quase três anos de colapso total, o manancial de Boa Vista está com 51% de sua capacidade total de 1.632 milhões de m3 e a barragem de Caramucuqui encheu completamente. Dessa forma, o abastecimento por meio da rede de distribuição da Compesa em Itapetim será retomado em até 15 dias, com o fim da manutenção da tubulação. “Estamos montando um novo calendário para iniciarmos a distribuição através de rodízio. Esperamos manter este formato até aumentarmos a capacidade da Estação de Tratamento de Água local, cujo projeto de ampliação está sendo elaborado. Quando a ETA estiver com sua capacidade de produção ampliada, teremos condições de garantir água todos os dias para a cidade”, explicou o gerente.

A barragem de Travessão, que abastece o distrito de Borborema, em Tabira, conseguiu reter 30% do volume de água, deixando para trás o colapso. O atendimento, segundo a Compesa, deverá voltar ao distrito até o próximo fim de semana. Será seguido o esquema de três dias com água para cinco sem água.

Reforço

As chuvas da última semana também beneficiaram outras cidades que estavam em estado crítico. A recuperação dos mananciais São José I e São José II acumularam 50% e 37,6% do volume, respectivamente. O acúmulo de água vai permitir que até 80% da cidade de São José do Egito fique fora do rodízio a partir de maio. De acordo com a Compesa, o município, que também recebe água da Adutora do Pajeú, tem áreas onde a rede de distribuição ainda precisa ser modernizada, por isso esse índice não chega ainda aos 100%. Nas áreas que ficarão com rodízio, o calendário será de quatro dias com água para quatro sem água. Os detalhes desse calendário serão divulgados em Compesa em meados de abril.

De acordo com informações da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), somente no mês de março choveu 262,5 milímetros na cidade de Itapetim, mais que o dobro do registro no mesmo período em 2015. O município de Brejinho registrou o maior índice de chuva acumulada no mês de março, atingindo, 335,3 milímetros.

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