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Segunda perimetral é retrato da decadência

Sem ordenamento e investimentos, via é motivo de agonia para condutores e pedestres

JC Online
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Publicado em 12/10/2016 às 8:30
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Sem ordenamento e investimentos, via é motivo de agonia para condutores e pedestres - FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Em termos de urbanismo, a Avenida Senador Nilo Coelho, em Olinda, no Grande Recife, parece estar sempre um passo na direção do pior. Sem ordenamento, esburacada, sofrendo com ocupações irregulares e sem saneamento, esse trecho da segunda perimetral (com pouco mais de quatro quilômetros de extensão) é o retrato do abandono.

A via divide alguns dos bairros mais carentes da cidade. De um lado da avenida, Ouro Preto, Jardim Brasil e Peixinhos. Na outra margem, Tabajara, Aguazinha e a extensa Zona Rural do município.

A falta de estrutura faz crescer o número de ocupações irregulares no lado da via que margeia a Zona Rural. Os barracos são erguidos em área de risco de desabamento e as únicas proteções são pedaços furados de lona. 

Calçada é um artigo de luxo no local. Os pedestres que circulam pela avenida têm apenas duas opções: se aventurar em meio a estabelecimentos comerciais que “engoliram” o passeio ou colocar os pés no asfalto e correr o risco de atropelamento.

DECADÊNCIA

O trecho mais decadente fica em frente ao Aterro Sanitário de Aguazinha, no bairro que leva o mesmo nome. Tradicionalmente, o local é um festival de crateras que praticamente forçam os condutores a pararem os veículos, se não quiserem ter pneus furados os problemas de suspensão. Mas depois do inverno deste ano, o asfalto simplesmente desapareceu em um pedaço de cerca de 300 metros de extensão, na altura da entrada do antigo lixão. O tráfego é sempre pesado no local, prejudicando as linhas de ônibus que saem do Terminal Integrado da PE-15 rumo à Zona Norte do Recife, e vice-versa. 

O secretário de Serviços Públicos da Prefeitura de Olinda, Manoel Sátiro, afirma que até novembro será colocada uma capa de asfalto no trecho da perimetral que fica em frente ao Aterro Sanitário de Aguazinha. Quanto às ocupações irregulares nas margens da via, ele adianta que só poderão ser feitas quando a duplicação da avenida, de responsabilidade do governo do Estado, for iniciada. 

De acordo com o governo, não há qualquer previsão para a duplicação do trecho desse trecho da perimetral. A avenida está inserida dentro do projeto da Via Metropolitana Norte, que, inicialmente, ligaria a Presidente Kennedy, em Peixinhos, até a PE-01, nas imediações da Ponte do Janga, passando pelo bairro de Fragoso, num total de 10,1 quilômetros. Apenas a primeira parte do projeto – os 6,1 quilômetros entre Fragoso e a ponte – foi iniciada em 2013. Atualmente, enfrenta dificuldades financeiras e questionamentos do Ministério Público quanto ao impacto ambiental causado pela obra. 

Nada relativo aos quatro quilômetros da segunda perimetral foi tocado pelo poder público. Do projeto inicial, de 2012 e cujo custo era de R$ 400 milhões, em um tempo de bonança econômica, não sobrou nada para a parte mais decadente da via.

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