Devoção e alegria se espalharam pelas ruas de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, com uma multidão de fiéis acompanhando a imagem de Nossa Senhora da Conceição desde o Sítio Trindade até o morro que leva o nome da santa e é palco da maior festa católica pernambucana. A Procissão da Bandeira abriu, nesta terça, com muita emoção, a 112ª edição da Festa do Morro, a primeira desde que a igreja foi elevada a santuário. Até o dia 8 de dezembro, serão 47 missas, tributos, louvores, novenários e shows religiosos.
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Previsto para sair às 18h, o cortejo sofreu um atraso de 40 minutos devido a uma pane elétrica que deixou o morro sem energia. Nada que abalasse o brilho do evento e a fé de devotas como a auxiliar de escritório Eliane Mendes, 50. “Espero por ela o tempo que for”, declarou, contando que a filha, Vanessa, completa 16 anos exatamente no dia 8, dedicado à santa. “Minha filha foi meu maior presente. Digo que é a rosa que Nossa Senhora tirou do jardim e me deu. Passei oito ano pedindo uma menina. Foi a procissão passando e ela nascendo, com direito a louvor e a fogos de artifício”.
Acompanhada de trio elétrico, banda da Polícia Militar e batedores da PM, da Guarda Municipal e da Companhia de Trânsito e Transporte (CTTU), a procissão seguiu pela Estrada do Arraial, arrastando a multidão que cantava e louvava a santa, de mãos estendidas, segurando velas ou batendo palmas, enquanto outros saudavam o cortejo de suas casas.
“Queremos viver essa festa e dizer a todos que se sintam à vontade na casa de Nossa Senhora”, destacou padre Renato Azevedo, pároco do morro, lembrando que é sua primeira festa. Durante o primeiro novenário, o padre José Ulysses da Silva, reitor do santuário, pediu um minuto de silêncio pelos jogadores da Chapecoense e demais mortos durante acidente de avião nesta segunda. O show da cantora Fafá de Belém ainda não teve início até o momento.
ACOLHIMENTO
Muitos fiéis apontaram o acolhimento como principal característica do santuário. “Os novos padres estão aproximando mais a comunidade. Visitam idosos e pessoas doentes em suas casas. Há missa de terça a domingo e a igreja está sempre aberta”, observou a professora Letícia Farias, 63, do Córrego do Euclides. “É um aconchego”.
O sentimento é o mesmo relatado pela dona de casa Genilza Maria dos Santos, 46, do Alto José Bonifácio. “É lindo o trabalho que estão fazendo e não só para católicos, porque Jesus acolheu a todos”, comentou. “Era disso que a gente estava precisando. Estamos nos sentindo mais cristãos, mais pertos de Deus”, complementou a doméstica Maria Helena da Conceição, 45.
Até o dia 7, as missas acontecem às 7h, 9h, 11h, 14h, 16h e 19h, na paróquia do morro. No dia 8, começam a zero hora e vão até às 18h.