RECIFE

Falta verba para Compaz do Cordeiro abrir

Prefeitura do Recife diz que não tem R$ 2 milhões para comprar equipamentos e móveis. Prédio está quase pronto

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 20/12/2016 às 7:15
Foto: Sérgio Bernardo /  JC Imagem
Prefeitura do Recife diz que não tem R$ 2 milhões para comprar equipamentos e móveis. Prédio está quase pronto - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem
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A 12 dias de terminar seu primeiro mandato como prefeito do Recife, Geraldo Julio não vai cumprir a promessa feita em 2012, quando era candidato ao cargo, de construir cinco Centros Comunitários da Paz (Compaz). Só há um em funcionamento, no Alto Santa Terezinha, Zona Norte da cidade. O segundo, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste, está praticamente pronto. Mas por falta de dinheiro para contratar pessoal e comprar material e equipamentos, o Compaz Ariano Suassuna só deve ser inaugurado no primeiro semestre do próximo ano, na segunda gestão de Geraldo Julio.

Em entrevista ao JC, há três meses e meio, o secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, previa que o centro começaria a funcionar em novembro. “Mas a crise econômica se aprofundou e infelizmente não conseguimos recursos para adquirir móveis, equipamentos e utensílios. Estamos correndo atrás de apoio do governo federal, por meio do Ministério da Justiça”, justifica Murilo Cavalcanti.

Ele diz que serão necessários cerca de R$ 2 milhões para equipar o Compaz. “É fundamental que a União nos ajude. Já estive em Brasília buscando verbas. Na atual situação, a prioridade da prefeitura é pagar salários”, diz o secretário de Segurança Urbana. “Houve o período eleitoral, que dificultou porque estávamos impedidos de fazer compras ou contratar pessoal”, complementou.

Outro impasse é sobre quem vai trabalhar no centro. Pelos cálculos de Murilo Cavalcanti, a necessidade é de no mínimo 80 funcionários. O local terá esportes (artes marciais, futebol, natação e hidroginástica, por exemplo), cursos de idiomas, mediação de conflito, reforço escolar e uma biblioteca entre outros serviços.
“Inicialmente a ideia é formar parte da equipe do Compaz Ariano Suassuna com pessoas que atuam no Compaz do Alto Santa Terezinha, pois elas já têm experiência de como funciona o centro. Mas teremos que repor esses funcionários depois”, observa Murilo Cavalcanti.

O prédio está praticamente concluído. Um funcionário da construtora responsável pela edificação informou que 92% da obra estão prontos. “Falta pouca coisa, pequenos ajustes que precisaram ser feitos, como na piscina e no elevador”, diz o secretário. Segundo ele, a construtora ainda não entregou oficialmente o edifício à gestão municipal.

OBRA

Para reformar o espaço, o investimento foi de R$ 15,7 milhões, mais R$ 13 milhões para compra do terreno, que inicialmente seria doado pela Chesf. Mas a doação não foi autorizada pelo governo federal, informou a prefeitura. Antes de virar Compaz, o local funcionou como um clube da Chesf, por isso já estavam construídos o prédio principal, piscina, duas quadras de tênis e quadra coberta. Quando estiver pronto, o centro beneficiará moradores de pelo menos cinco bairros: Cordeiro, Torrões, Prado, San Martin e Bongi.

Perto de concluir metade da sua gestão, o governador Paulo Câmara também não deve cumprir a promessa de oferecer aos pernambucanos 20 Compaz. O primeiro, em parceria com a Prefeitura do Recife, no Coque, área central do Recife, continua com a obra parada. De acordo com Murilo Cavalcanti, haverá nova licitação para terminar o serviço, que já teve 70% executado. A construtora faliu.

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