O rastro de destruição deixado por estudantes durante a ocupação do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) motivou um grupo de professores e alunos a arregaçar as mangas e lançar uma campanha para revitalizar as instalações. Com salas arrombadas, vidros quebrados e pichações em paredes e portas, o prédio e o Centro de Artes e Comunicação (CAC) foram os únicos depredados entre os 11 ocupados de outubro a dezembro deste ano.
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A ideia surgiu nas redes sociais. Abalado com a situação, o professor Ranyére Nóbrega, chefe do Departamento de Geografia da universidade, se propôs a articular uma intervenção ao lado de alunos. “O objetivo é mobilizar professores, alunos e funcionários. Queremos unir esforços para mostrar que somos maiores do que isso”, afirmou.
A proposta foi levada na manhã dessa quarta-feira (28) para a reunião do Conselho Departamental do CFCH, que contou com a presença do reitor, Anísio Brasileiro, e da vice-reitora, Florisbela Campos. A reitoria apresentou apoio e solidariedade aos professores do centro e garantiu recursos financeiros e materiais para a recuperação do CFCH e do CAC, de forma que os dois edifícios estejam em condições de uso até o reinício das aulas, em 9 de janeiro.
Para os docentes, o choque ao ver o cenário pós-ocupação foi grande. “Estamos nos sentindo mal, foram muitos adjetivos pesados usados contra os professores. Muitos, como eu, apoiaram as ocupações, inclusive levando água e alimentos. O sentimento é de frustração, porque o nosso trabalho é formar pessoas e futuros profissionais”, lamentou Nóbrega.
Da postagem em sua página do Facebook, que alcançou centenas de pessoas em pouco mais de 24 horas, surgiu um evento, marcado para 8 de janeiro, um dia antes da retomada do ano letivo. A intenção é realizar um mutirão de limpeza e pintura das instalações alvo de vandalismo. Até o momento, mais de 20 pessoas já confirmaram presença no evento.
VISTORIA
Na manhã dessa quarta-feira, a vistoria do prédio foi concluída pela Polícia Federal. Segundo o chefe da Gerência de Investigação e Perícia da UFPE, Alexandre Veríssimo, que acompanhou todo o processo, a vistoria foi localizada nos pontos mais críticos e foram coletadas as últimas impressões digitais, para que as investigações sigam.