A votação de um novo aumento das passagens de ônibus do Grande Recife acontece na manhã desta sexta, sob protesto organizado pela Frente de Luta Pelo Transporte Público de Pernambuco. O movimento está marcado para as 8h, em frente ao Centro de Convenções, em Olinda, onde o Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM) se reúne às 9h para discutir o reajuste. O percentual apresentado pelos operadores do sistema é de 33,9%, o que elevaria a tarifa A (usada por 70% dos passageiros) de R$ 2,80 para R$ 3,75.
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“Qualquer decisão estará sujeita a uma ação judicial, pois, pelo regimento do conselho, todos os membros deveriam ter acesso às planilhas no momento da convocação e isso não acontece. Não há como votar sem ter acesso ao documento antes, para avaliação”, alerta o presidente da Frente, Pedro Josephi.
Segundo ele, dois representantes do CSTM (um estudante e uma pessoa com deficiência) integram o movimento e vão apresentar proposta de reajuste para R$ 2,15, como tarifa única. “Foi o valor prometido pelo governador Paulo Câmara durante sua campanha”, explica. Ao todo, o conselho tem 24 representantes, entre governo, empresários, rodoviários, usuários, estudantes e pessoas com deficiência. Qualquer um pode apresentar proposta.
PROTESTO
Evento criado no Facebook chamando para o protesto teve mais de duas mil confirmações. “Em vez de aumentar passagem, o governo deveria cobrar as contrapartidas dos empresários previstas em licitação e que não estão sendo cumpridas. É o caso da instalação de câmaras de alta resolução, do GPS integrado à frota, da renovação da frota, da integração temporal. Há empresas que estão operando sem nem ter o contrato assinado”, denuncia Josephi.
Por meio de nota, o Grande Recife Consórcio de Transporte (GRCT) diz que “o estudo tarifário de 2017 está sendo finalizado, com base no arquivo disponível no site, que pode ser acessado por toda a população, e será apresentado aos membros do CSTM”. No site, consta a planilha utilizada em 2016. A previsão é de que o conselho se reúna uma vez por mês, mas o último cronograma de reunião é de 2012.
O Sindicato das Empresas de Transporte Público de Passageiros (Urbana-PE) alega que o reajuste de 33,9% é necessário porque houve queda de 10% dos usuários em 2016 e há previsão de perda de mais 5% este ano, além de ser preciso considerar o aumento do combustível, de mão de obra e de outros custos. Se ele vingasse, a tarifa B sairia de R$ 3,85 para R$ 5,15. A D de R$ 3 para R$ 4 e a G de R$ 1,85 para R$ 2,47.
No ano passado, o pedido dos empresários foi de 32%, mas o que vigorou foi 14,42% de reajuste. Se cobrisse apenas a inflação acumulada em 12 meses (de 6%), o anel A iria para R$ 3.
