POLÍCIA

Gleide Ângelo assume Departamento de Polícia da Mulher

Delegada é responsável por elucidar casos de repercussão

Felipe Vieira
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Felipe Vieira
Publicado em 11/04/2017 às 7:38
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Delegada é responsável por elucidar casos de repercussão - FOTO: Felipe Vieira
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Após anos de um trabalho centrado prioritariamente nas vítimas, o Departamento de Polícia da Mulher (DPMul), da Polícia Civil, vai passar a investir mais na repressão aos crimes de feminicídio no Estado e na prevenção junto a eventuais agressores. O recado foi do chefe da corporação, Joselito do Amaral, durante a troca de comando da unidade especializada, na manhã de ontem. A delegada Gleide Ângelo – que estava trabalhando com exclusividade no caso do assassinato da garota Beatriz Mota, ocorrido em 2015, em Petrolina, no Sertão – assumiu o departamento, no lugar de Inalva Regina.

Durante a cerimônia de posse, no prédio anexo da Polícia Civil, na Boa Vista, Centro do Recife, Gleide falou como pretende enfrentar o principal problema do setor: os assassinatos de mulheres em Pernambuco. Foram 245 em 2015; 280 no ano passado; e, nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), houve 58 vítimas.

“Quando uma mulher é assassinada, é lógico que temos de investigar e esclarecer a morte. Mas o ideal é atuar para que o crime não aconteça. E como se faz isso? Com um trabalho forte junto às vítimas para que elas denunciem os agressores”, destaca.
Segundo Gleide Ângelo, muitas mulheres ainda não prestam queixas contra os companheiros por temer retaliações, e não sabem que a Lei Maria da Penha garante proteção integral às denunciantes. “Muitas não falam com medo de serem agredidas na volta para o lar. Não sabem que existe a Casa Abrigo, onde ele pode ficar pelo tempo em que a Justiça estiver analisando o processo. Esse é apenas um exemplo.”

Gleide Ângelo explicou, ainda, que é preciso atuar junto aos homens, para que se conscientizem de que não são donos das mulheres. “Quem agride tem perfil bem parecido e sempre coloca a culpa na vítima, nunca nele mesmo. É preciso que ele entenda que é dono apenas da própria liberdade.”

Além da sede do DPMul, no Bairro do Recife, existem outras quatro delegacias especializadas da Mulher no Estado: em Santo Amaro, na área central da cidade, e nos municípios de Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho e Paulista, todos na Região Metropolitana do Recife.

Sobre o caso Beatriz, Gleide Ângelo afirmou que não deixará as investigações. “O que precisamos é massificar a imagem do assassino para que ele seja identificado.” No dia 15 de março, a delegada divulgou vídeos em que um homem aparece com uma faca, nas imediações do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, onde ocorreu o crime.

MIRELLA

Gleide Ângelo assume cinco dias depois do assassinato da fisioterapeuta Mirella Sena. O caso está sendo investigado pelo delegado Francisco Océlio, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na manhã de ontem, a esposa do comerciante Edvan Luiz da Silva, 32 anos, acusado de ser o assassino prestou depoimento no DHPP, no Cordeiro, Zona Oeste. Ela falou pouco mais de duas horas ao delegado Francisco Océlio e saiu da delegacia sem conversar com a imprensa.

O investigador pretende apresentar amanhã a conclusão do inquérito. Mirella Sena foi morta na manhã da quarta-feira (5), no flat onde morava, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Edvan era vizinho de porta da fisioterapeuta e, segundo a polícia, a teria violentado antes do assassinato.

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