A procura por palestras ministradas pela Polícia Federal a respeito de crimes cibernéticos aumentou significativamente, após o alerta da instituição sobre o jogo Baleia Azul, que estaria induzindo jovens à automutilação e a comportamentos suicidas. Conforme o assessor de comunicação da PF, Giovani Santoro, a média diária de três solicitações por dia subiu para doze e até junho não há mais vagas para palestras.
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“A demanda por informações sobre cibercrime ultrapassou, e muito, o carro-chefe que eram nossas palestras sobre drogas”, observa Giovani. “Deveria haver um maior engajamento do poder público para suprimir essa demanda. Eu desconheço outras iniciativas desse tipo e o que a gente vê são professores desesperados por informações para os alunos”.
O assessor registra que a procura tem partido não apenas das escolas, mas também de igrejas e associações. “Há três anos já falamos sobre cibercrimes. Onde tem jovens existe a preocupação com o uso da internet. Mensagens homofóbicas e racistas podem prejudicar a vida das pessoas”, afirma. “No caso do Baleia Azul, uma classe inteira estaria participando do jogo”.
Giovani explica que a PF tem realizado palestras por conta dos crimes cibernéticos, mas a orientação é que se alguém tiver informações sobre jovens envolvidos no jogo Baleia Azul no Estado deve procurar o Departamento de Proteção a Crianças e Adolescentes (DPCA) da Polícia Civil.
CRIME
Segundo a PF, a conduta dos mentores do Baleia Azul é criminosa. Induzir (criar a ideia de suicídio em alguém), instigar (incentivar alguém que já estava pensando em suicídio) ou auxiliar (ajudar materialmente) no suicídio de outra pessoa é crime, de acordo com o artigo 122 do Código Penal. A pena é de dois a seis anos de prisão, caso o suicídio seja consumado, ou de um a três anos de prisão, caso a tentativa de suicídio resulte em lesão corporal grave.
A instituição que desejar fazer agendamento da atividade deve entrar em contato pelo telefone 21374076, de segunda a sextafeira, das 8h às 14h. “Nossa capacidade é para três eventos por semana, portanto só estamos com agenda para julho”, avisa Giovani.