O Brasil voltará a exportar vacinas contra a febre amarela e, em julho, planeja vender para a Organização Mundial da Saúde (OMS) um total de 1 milhão de doses. O volume deve aumentar até o final do ano. A decisão será anunciada publicamente ainda nesta segunda-feira, 22, pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, que está em Genebra, na Suíça, para reuniões na OMS. Na manhã desta segunda, em um encontro fechado com outros ministros da Saúde de países das Américas, ele já revelou o objetivo de exportação do Brasil.
Entre os dirigentes da entidade internacional, o gesto do Brasil é comemorado. A OMS estima que não conte com vacinas em quantidades suficientes para atender a surtos pelo mundo e, portanto, criou uma espécie de fundo de vacinas que pode ser distribuída em caso de uma emergência. No total, a OMS indica que já despachou para diferentes países africanos mais de 30 milhões de doses de vacinas em 2016.
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A volta da exportação brasileira ocorre dois meses depois que, em resposta ao surto de febre amarela no Brasil, a mesma OMS destinou ao País 3,5 milhões de doses de vacina contra a doença. Elas faziam parte do estoque de emergência controlado pelo Grupo de Coordenação Internacional sobre o Fornecimento de Vacinas.
Segundo a OMS, mais de 18,8 milhões de doses já foram distribuídas pelo governo, enquanto a entidade e outros organismos internacionais mobilizaram 15 especialistas estrangeiros para ajudar a dar uma resposta.
Ainda assim, o volume de vacinas produzidas no Brasil não era suficiente. No dia 14 de março, as autoridades nacionais formalmente solicitaram à entidade 3,5 milhões de doses, que chegaram ao Rio de Janeiro no dia 24 de março para serem usadas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
No Brasil, o governo justificou que o pedido de doses extras era uma estratégia para não reduzir de modo significativo o estoque de imunizantes existente no País. Mas, com o Rio vacinando toda sua população, 15 milhões de doses seriam necessárias.