Enchentes

Conclusão de barragens requer investimento de R$ 383 milhões

Cinturão de contenção de inundação na Mata Sul depende da finalização de 4 reservatórios, que estão com as obras paralisadas

Ciara Carvalho
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Ciara Carvalho
Publicado em 30/05/2017 às 7:42
Foto: Divulgação/Secretaria de Recursos Hídricos
Cinturão de contenção de inundação na Mata Sul depende da finalização de 4 reservatórios, que estão com as obras paralisadas - FOTO: Foto: Divulgação/Secretaria de Recursos Hídricos
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O governo do Estado vai precisar investir R$ 383 milhões para fechar o cinturão de contenção de enchentes na Mata Sul de Pernambuco. O valor é o total a ser gasto na conclusão de quatro barragens que estão com as obras paralisadas. Dos cinco reservatórios planejados após as enchentes de 2010, apenas Serro Azul foi finalizado. Embora ainda não tenha sido inaugurada, a barragem já teve um papel fundamental para reduzir o impacto das recentes chuvas na região. Nos últimos dias, conseguiu reter cerca de 60 milhões de metros cúbicos de água. Para se ter uma ideia do volume represado, a quantidade equivale a uma barragem de Pirapama.

O plano de contenção é voltado para cinco rios da Mata Sul: Una, Pirangi, Sirinhaém, Panelas e Riacho dos Gatos. A segunda maior barragem prevista para a região é a de Igarapeba, localizada em São Benedito do Sul e com capacidade para armazenar 70 milhões de metros cúbicos. Com as obras paradas desde 2015, o reservatório vai precisar de R$ 185 milhões para ser concluído. A Barragem de Barra de Guabiraba só teve 25% da obra executada e requer o investimento de mais R$ 69 milhões para ser entregue à população.

A Barragem de Panelas, no município de Cupira, é a que está com estágio da obra mais adiantado. Quase 50% foi executado e serão necessários mais R$ 62 milhões para conclusão dos trabalhos. A menor de todas, a Barragem de Gatos, com capacidade para acumular 6,6 milhões de metros cúbicos, exigirá um aporte de R$ 67 milhões. Todos os quatro reservatórios terão que ser novamente licitados, já que os contratos foram rescindidos após a paralisação das obras.

A abertura de novas licitações, no entanto, depende da definição de onde sairá o dinheiro para financiar a conclusão das quatro barragens. “Só podemos publicar o edital com a origem dos recursos garantida”, explica o secretário-executivo de Recursos Hídricos, coronel Mário Cavalcanti. Uma vez iniciado o processo licitatório, o gestor acredita que o prazo para conclusão das obras ficará entre 18 e 24 meses, dependendo do estágio em que cada uma se encontra.

O secretário afirma que, com as cinco barragens concluídas, o problema de grandes enchentes na Mata Sul estará resolvido. “O exemplo de Serro Azul mostra a importância da obra para a região. Com capacidade para 303 milhões de metros cúbicos de água, a barragem está hoje com 70 milhões de metros cúbicos, ou seja, praticamente toda a água acumulada foi retida nas últimas chuvas. Isso mostra que os esforços para concluir a obra foram acertados”.

NÍVEL DE BARRAGENS

Em meio à tragédia, uma boa notícia para o Agreste é a situação da Barragem do Prata, que abastece a região de Caruaru. O reservatório, que estava com 9% da sua capacidade, agora acumula 50%. Já para a Barragem de Jucazinho o temporal não teve impacto. Localizado em Surubim, o reservatório continua em colapso. As chuvas registradas nos últimos dias no Agreste não alcançaram a Bacia do Capibaribe, responsável pela alimentação do manancial, o maior reservatório operado pela Compesa para abastecimento humano.

 

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