Um protesto na frente do Palácio do Campo das Princesas, bairro de Santo Antônio, área central do Recife, na manhã desta quinta-feira (29), chamou a atenção para a violência em Pernambuco. Jovens segurando cartazes e com roupas manchadas de tinta, simulando sangue, representaram as vítimas de mortes violentas no Estado. O ato foi organizado pelo Movimento Pernambuco de Paz, formado por cerca de 40 igrejas e organizações sociais cristãs, com o apoio do Fórum Popular de Segurança Pública
Tales Ferreira, um dos integrantes do movimento, disse que um dos objetivos do protesto é manter o tema da segurança pública em pauta e cobrar providências do governo estadual. O grupo pleiteou um encontro com o secretário de Defesa Social, Ângelo Gioia, que deixa o cargo nesta sexta-feira. Até o final de maio deste ano, ressalta o movimento, foram contabilizadas 2.495 pessoas vítimas de homicídio no Estado, apenas em 2017.
"Como não fomos atendidos, esperamos que o novo secretário (Antônio de Pádua) nos receba. Queremos transparência na divulgação dos dados referentes à segurança pública", afirmou Tales. Outra reivindicação é a instauração do Conselho Estadual de Segurança, instituído pelo Pacto pela Vida, mas nunca efetivado, e a realização da 2ª Conferência Estadual de Segurança Pública.
PREOCUPAÇÃO
"A violência em Pernambuco já vinha apresentando índices alarmantes desde dezembro de 2016, considerado o mês mais violento dos últimos 10 anos no Estado com a ocorrência de 472 assassinatos. O total de 4.479 homicídios ocorridos em 2016 revela à sociedade a pior crise do Pacto Pela Vida, programa do governo estadual que completou 10 anos de implantação em maio, tornando Pernambuco um estado seis vezes mais violento que São Paulo", diz o movimento.
