Chuvas

Prefeito de Garanhuns vai decretar estado de emergência

Além de prédio que desabou, há outros imóveis que caíram ou estão interditados

Margarette Andrea
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Margarette Andrea
Publicado em 11/07/2017 às 6:41
Jefferson Nascimento/TV Jornal
Além de prédio que desabou, há outros imóveis que caíram ou estão interditados - FOTO: Jefferson Nascimento/TV Jornal
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O prefeito de Garanhuns, Isaías Régis, pretende decretar estado de emergência no município, que depois de um longo período de seca vem enfrentando problemas com as chuvas intensas. Localizada a 230 quilômetros do Recife, no Agreste pernambucano, a cidade foi palco do desabamento de um prédio, o bairro de Aluísio Pinto, nesta segunda, que soterrou quatro pessoas. As buscas duraram mais de 12 horas. Uma mulher e seu bebê, de apenas 20 dias, foram resgatadas com poucos arranhões. O pai da criança e outro morador já foram localizados sem vida.

O desabamento aconteceu por volta das 6h, em um conjunto residencial de três blocos, cada um com seis apartamentos, na rua Capitão João Paes, no bairro Aluísio Pinto. O imóvel já havia sofrido um desmoronamento parcial durante a construção, em 2008, mas não se sabe ainda se os episódios têm ligação. Certo de que as chuvas contribuíram para este e outros acidentes, o prefeito Isaías Régis pretende decretar estado de emergência.

“Já são mais de 60 dias de chuva sem parar. Outras duas casas caíram e há outras interditadas. Não tenho dúvida que a chuva contribuiu e muito para esse desabamento, o prédio fica no final de um morro, o solo é barroso e pode ter sofrido acomodação. Mas há informações de que quando parte do prédio caiu durante a construção os próprios moradores o reconstruíram, estamos apurando”, declarou o prefeito, que está em São Paulo acompanhando a filha em uma cirurgia.

Isaías Régis lamentou o ocorrido e salientou que não se pode reclamar de chuva após tanta seca. “Já solicitei o decreto de estado de emergência (o governador ainda precisa aprovar) para que a Defesa Civil Nacional possa ajudar as famílias e nos apoiar para fazermos os trabalhos necessários”, disse.

O ACIDENTE

O prédio teria dado sinais de que poderia ruir, durante a mad[/TEXTO]rugada, levando os moradores a evacuar o imóvel. Um dos mortos, Edvaldo Soares da Silva, 66 anos, teria deixado o local com a mulher e dois filhos, mas acabou voltando e foi soterrado. "Chegaram informações de que ele pode ter voltado para tentar avisar a vizinhos de outros apartamentos que ele achava que estariam lá, mas que, na verdade, estão viajando", destacou o major Heitor Martins, do corpo de Bombeiros. Outra possibilidade é ele ter tentado buscar documentos.

Genicélia Cardoso de Lima, de 29 anos, o marido, Antônio Arcoverde, 32, e a filha deles de apenas 20 dias moravam no segundo andar e não teriam acordado a tempo de sair, ficando também sobre os escombros. Surpreendentemente, mãe e filha foram retiradas com pequenos arranhões, socorridas ao Hospital Dom Moura, na mesma cidade, e liberadas logo em seguida. Mas Antônio, que era servidor do município, só foi localizado por volta das 17h, já sem vida.

Ao longo dia, sob uma chuva que ia e vinha, equipes formadas por bombeiros, socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Defesa Civil se mobilizaram nas buscas, com apoio de cães farejadores. O Exército também deu apoio. Entulhos e lama dificultaram a mobilidade das equipes, que encerraram as buscas à noite, após resgatar os corpos dos dois homens.

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