Patrimônio

Forte de Tamandaré é restaurado e abre portas para visitação turística

Localizado no Litoral Sul de Pernambuco, Forte de Tamandaré é tombado como patrimônio do Estado

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 16/07/2017 às 8:08
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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O Forte de Santo Inácio de Loyola, construído no século 17, reformado nos séculos 18 e 19, mas abandonado nas últimas décadas, está novinho em folha e pronto para ser novamente reaberto ao público. Localizado em Tamandaré, município do Litoral Sul de Pernambuco, o prédio histórico foi restaurado para assumir outras funções. Em vez de fazer a defesa da costa, como no passado, o Forte de Tamandaré ressurgirá como um centro turístico e cultural.

Quartéis que antes abrigavam soldados serão ocupados por lojas de artesanato produzido em Tamandaré. A cela dos presos e a casa da guarda passam a funcionar como museu. E a casa do comandante, no primeiro pavimento, está adaptada para receber um restaurante ou café, escolhido por licitação. Vestígios da construção antiga ficaram aparentes em trechos do forte – janelas, portais, paredes, ruínas, piso de pedra – como resgate histórico da edificação.

Na casa do comandante, o visitante poderá contemplar pregos da época num portal e o mecanismo usado para fechar portas e janelas. Por orientação da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), a casa de pólvora manterá sua condição de ruína, consolidada, na fortificação restaurada. Um fogão de pedra usado por soldados foi reconstituído numa das salas do Forte de Tamandaré, tombado como monumento estadual.

PEDRAS

Técnicos da fundação também sugeriram a reconstituição de uma das rampas de acesso aos baluartes com as pedras de origem encontradas no local durante a pesquisa arqueológica. As outras três subidas estão revestidas com paralelepípedo. “O ideal seria fazer as quatro rampas com as pedras originais, mas não havia material em quantidade suficiente”, afirma o gerente-geral do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), Rafael Ferraz.

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O Forte de Tamandaré reabrirá como centro turístico e cultural no Litoral Sul de Pernambuco - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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A obra de restauração do Forte de Santo Inácio de Loyola, em Tamandaré, recuperou muralha do prédio - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Construído no século 17 e reformado nos séculos 18 e 19. Forte de Tamandaré é tombado pelo Estado - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Alojamentos antes ocupados por soldados no Forte de Tamandaré funcionarão como loja de artesanato - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Santo Inácio de Loyola é padroeiro do Forte de Tamandaré e dá nome à capela, construída em 1786 - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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A Capela de Santo Inácio de Loyola será mais uma opção para casamentos no Litoral Sul de Pernambuco - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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A Marinha do Brasil vai instalar um museu com acervo da instituição militar no Forte de Tamandaré - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Rebeldes da Confederação do Equador, de 1824, ocuparam o Forte de Tamandaré (PE) no século 19 - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Pedras da construção original do Forte de Tamandaré (PE) foram reaproveitadas no terrapleno - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Uma bateria de oito canhões está instalada no terrapleno do Forte de Tamandaré, de frente para o mar - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Farol colocado pela Marinha do Brasil, em 1902, num dos baluartes do Forte de Tamandaré (PE) - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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No ano de 1859, em visita a Pernambuco, Dom Pedro II esteve no Forte de Santo Inácio de Loyola - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Tropas enviadas para reprimir a Revolução Pernambucana de 1817 acamparam em volta da fortaleza - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem

 

As pedras também podem ser vistas na área reservada aos canhões no terrapleno do Forte de Tamandaré, espécie de terraço com vista para o mar. A obra de restauração, executada pelo Prodetur de setembro de 2015 a abril de 2017, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), custou R$ 9,6 milhões, diz Rafael Ferraz. O forte mantém a cor branca nas paredes e azuis em portas e janelas.

“Usamos cal, por determinação da Fundarpe, mas nesse tempo de chuva nem parece que as paredes foram pintadas, todas estão manchadas pela umidade, mas já pintamos o prédio três vezes”, observa o administrador da fortaleza, Jeová Sandro de Moraes. Ele disse que a ideia da Prefeitura de Tamandaré, responsável pela gestão do equipamento, é expor artesanato diversificado nas lojas.

MUSEU DA MARINHA

Uma das salas, possivelmente, será destinada às Secretarias de Meio Ambiente e de Turismo, informa Jeová Sandro. “Teremos um espaço para expor parte dos achados arqueológicos (balas de canhão e outras objetos) do forte”, avisa o administrador. A Marinha do Brasil vai instalar um museu ao lado das ruínas da casa de pólvora, com peças doadas pela instituição militar sediada no Rio de Janeiro.

“Durante a obra, recuperamos um baluarte e parte da muralha que haviam desabado”, diz Rafael Ferraz. Ele adianta que o acesso ao Forte de Tamandaré será feito mediante pagamento de taxa, para ajudar na conservação do local. A data da reabertura não está marcada, mas há uma intenção de juntar o evento à festa de Santo Inácio de Loyola, padroeiro do forte, no fim de julho, com o retorno da imagem do santo à capela da fortaleza. A igrejinha é de 1786.

Apesar de estar oficialmente fechada, a fortaleza é frequentemente procurada por turistas. “Entrei, fui bem recebido e valeu a pena a visita, gosto muito de história e pretendo retornar para ver tudo montado”, destaca o argentino Juan Pablo Ramirez, acompanhado da família.

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