Crimes sexuais

Comerciante de Olinda filmava funcionárias e clientes nuas no banheiro

Homem foi autuado em flagrante por ato obsceno e assédio sexual, mas liberado após pagar fiança de R$ 5 mil

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Publicado em 18/07/2017 às 19:51
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Homem foi autuado em flagrante por ato obsceno e assédio sexual, mas liberado após pagar fiança de R$ 5 mil - FOTO: Filipe Jordão/JC Imagem
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Funcionárias e clientes de uma loja de produtos de emagrecimento, em Olinda, no Grande Recife, estavam sendo filmadas pelo dono do estabelecimento dentro do banheiro, sem que tivessem a menor desconfiança disso. Segundo a polícia, ele colocava um celular colado na parede com fita dupla face e escondia o aparelho por caixas, deixando apenas espaço para a câmera. Um total de 36 vídeos foram encontrados no computador do comerciante Sandro Silva Leal, de 46 anos.

O homem foi autuado em flagrante por assédio sexual e ato obsceno. O delegado Gilmar Rodrigues impetrou fiança de R$ 5 mil e ele foi liberado no início da noite, revoltando vítimas e familiares delas que estavam na Delegacia Seccional de Olinda. “Minha filha descobriu as imagens e ficou em desespero. Desde domingo ela não come, chegou a desmaiar aqui na delegacia. A gente não sabe se ele divulgou esses vídeos. Agora, ele paga R$ 5 mil e vai embora? Isso é justiça? Estão todas com medo do que ele pode fazer”, desabafou a mãe de uma das funcionárias, que preferiu não se identificar.

“É preciso separar o legal e o justo. O justo era ele ficar preso, porque o crime é repugnante, mas eu preciso fazer o que manda a lei, que, infelizmente, é muito branda”, declarou o delegado. “Cada crime tem pena máxima de dois anos, se eu o enquadrasse em um só daria apenas um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), mas além de ter imagens expostas no computador ele também assediava as funcionárias, chamando para sair, mandando vídeos pornôs, pedindo beijo, então juntei os dois. Mas diante do clamor popular vou pedir a prisão preventiva dele, cabe à Justiça acatar”.


ASSÉDIO


Uma das funcionárias conta que trabalhou com o comerciante há dois anos e voltou há quatro meses, tendo indicado amigas para o serviço. “Ele chegou a dar em cima de mim, mas eu me impus e ele parou. Não sabia que fazia essas coisas. Não tinha nenhum vídeo comigo, mas muitas que estão nas filmagens são minhas amigas”, contou, indignada uma funcionária. 


Os vídeos foram descobertos por uma outra empregada, quando buscava no computador uma imagem mandada pelo namorado. Nas imagens aparecem as mulheres nuas e um dos vídeos mostra o comerciante cheirando o papel higiênico utilizado por uma cliente. Revoltada com o que viu, a funcionária informou a outras colegas que trabalharam lá e, junto com uma cliente, registrou a queixa. Outras vítimas continuam aparecendo.


“Fomos ao local e constatamos os vídeos no computador. O celular dele tinha vestígios de cola (além de mensagens de assédio) e o banheiro tinha fita dupla face na parede. Ele nega, diz que é armação das funcionárias. Mas não há dúvidas de que ele cometeu os crimes”, conclui o delegado.

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