Foram enterrados no final da tarde deste domingo (6) os corpos do trabalhador Alisson Barbosa de Souza, 22 anos, e do estudante Gilberto Balbino Neto, 12 anos, no Cemitério São José, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife. Ambos morreram por causa da queda de uma marquise de uma pousada, em Gaibu, na tarde desse sábado (5). José Vicente da Silva, 47, que também morreu no local, será sepultado no município de Nazaré da Mata às 10h desta segunda-feira (7).
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Os familiares não quiseram falar com a reportagem do JC. A marquise que caiu pertence a uma pousada que funciona no local há mais de uma década e ficava sobre estabelecimentos comerciais, entre eles uma sorveteria, onde estavam todas as vítimas fatais.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o caso aconteceu por volta das 16h30 de ontem. Logo após o acidente, os técnicos fizeram uma vistoria no imóvel, constataram infiltrações no alpendre e solicitaram a demolição das demais marquises.
De acordo com a Defesa Civil, não há risco de desabamento da edificação, localizada na Avenida Laura Cavalcante.
No momento do acidente, havia um casal na marquise do primeiro andar da pousada. Os dois caíram junto com a construção e sofreram ferimentos. Sandra Maria de Oliveira, 52 anos, quebrou uma costela e teve de fazer drenagem no pulmão. Ela está internada num hospital particular do Recife. José Ribeiro de Oliveira, 70, hospitalizado no mesmo local, já recebeu alta médica.
O terceiro sobrevivente, Jackson Mariano da Silva, 31, é morador da Vila de Pescadores do Cabo. Ele foi levado ao Hospital da Restauração, onde foi submetido a uma cirurgia e permanece em observação, sem previsão de alta.
Sonho
A história de vida de um dos mortos chama atenção. José Vicente da Silva trabalhava como auxiliar de serviços gerais no Conservatório Pernambucano de Música e tinha ido ao litoral no final de semana para fazer um serviço extra.
Natural de Macaparana, na Zona da Mata Norte do Estado, ele não conhecia a localidade e, como o serviço acabou sendo suspenso, resolveu tomar um sorvete no estabelecimento que funciona embaixo da pousada.
"Ele sonhava em cantar, arranhava um violão e tinha comprado um piano há pouco tempo. Estava tendo aulas. Naquela manhã a gente tomou café juntos e ele cantarolou um frevo que ele tinha composto. Disse que seria o tema do Galo da Madrugada do ano que vem", comentou Maria José Lira, 46 anos, esposa de José Vicente.