PELOS PEQUENOS

Campanha estimula bons tratos a crianças e adolescentes

Evento acontece na Escola Clotilde Oliveira, em Casa Amarela

JC Online
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Publicado em 08/08/2017 às 14:58
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Evento acontece na Escola Clotilde Oliveira, em Casa Amarela - FOTO: Divulgação
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O Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social (Cendhec) realiza na manhã desta quarta-feira (9), a 10ª edição da Campanha pelos Bons Tratos de Crianças e Adolescentes. A atividade acontecerá a partir das 8h30, na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Clotilde de Oliveira, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife.

Este ano, a campanha traz o tema da autoproteção para prevenção dos riscos da violência sexual contra nossas crianças e adolescentes. Na oportunidade, o Cendhec está desenvolvendo atividades que vão alcançar comunidades do Recife, sendo voltado para crianças e adolescentes. Haverá palestras e atividades lúdicas voltadas para o tema da autoproteção de adolescente.

A principal peça de divulgação da Campanha pelos Bons Tratos de Crianças e Adolescentes é a revista em quadrinhos “A Máquina da Transmutação: Construindo a cultura da Autoproteção”. A estória apresenta a personagem Florisbela Sorriso relembrando uma situação em que ela foi assediada por um adulto, mas que através da autoproteção, conseguiu se prevenir do risco de sofrer violência sexual.

Crianças e adolescentes que participam das Oficinas Pedagógicas do projeto Teia de Proteção, contribuíram na construção do roteiro da história, através de oficinas temáticas realizadas no Cendhec.

O Cendhec desenvolve a Campanha pelos Bons Tratos de Crianças e Adolescentes através do projeto Teia de Proteção, desenvolvido com o apoio da organização alemã Kinder Not Hilfe – KNH. Esse projeto é voltado para a defesa jurídica com atendimento e acompanhamento psicossocial para crianças adolescentes e jovens que estão em risco ou foram vítimas de violência doméstica e sexual e, suas comunidades. A campanha tem a parceria ainda das organizações Pão para o Mundo (Brot für die Weit) e OAK Foundation.


AUTOPROTEÇÃO

Conceitualmente, a autoproteção são pequenas atitudes que as pessoas tomam no dia a dia para assegurar sua segurança. São medidas simples, mas que no conjunto conseguem inibir a ação/violência de uma pessoa agressora. Com a criança e o/a adolescente é fundamental se trabalhar a autoproteção para que consigam compreender a situação de risco e, assim, criar situações que irão inibir o agressor adulto de cometer a violência.

Segundo a psicóloga do Cendhec, Ana Paula Pimentel, não se faz autoproteção de crianças e adolescentes se não começar a trabalhar o conhecimento. “Se eu não levo informação para essa criança ela não vai se autoproteger de qualquer situação. Essa autoproteção não é apenas para que a criança saiba exatamente entender o contexto da violência, mas também para se criar uma cultura preventiva.”

Para Ana Paula, o conhecimento passa por três pontos fundamentais: fazer a criança se entender como um sujeito de direitos; fazer ela entender o que é violência; e ter o entendimento de que a criança tem a sua sexualidade e que ela não é a mesma de um adulto. Segundo a psicóloga não significa que a Autoproteção vai acabar com a violência, porque existe uma relação de “poder” entre um adulto e a criança e que muitas vezes não se tem como evitar. “Mas, se a criança ou adolescente souber se autoproteger, diferenciando, por exemplo, um toque anormal do gesto carinho normal, a chance de ocorrer a violência é bem menor”.

Estatísticas mostram que uma criança que passou por uma oficina sobre medidas autoprotetivas, tem 6 (seis) vezes mais chances de se proteger da violência sexual. “Isso porque ela vai saber o lugar do corpo em que não pode ser tocado e saber para quem e onde pedir ajuda. Se a criança não receber esse tipo de informação, terá mais dificuldades para fazer isso”.

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