INSEGURANÇA

Agreste e Grande Recife no topo do ranking de roubos

Cerca de 70% das ocorrências visam o telefone celular

JC Online
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Publicado em 17/08/2017 às 18:22
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Maior parte dos golpes é aplicado em seguros de automóveis e de telefone celular - FOTO: Reprodução
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O medo de ser assaltado tem endereço. O Grande Recife e o entorno do município de Caruaru, no Agreste, lideram o ranking de roubos em Pernambuco nos primeiros sete meses de 2017. Dos dez municípios que apresentaram a maior taxa de crimes contra o patrimônio por grupo de 100 mil habitantes entre janeiro e julho, cinco estão no Agreste, quatro na Região Metropolitana da Capital e apenas um – Lagoa de Itaenga – na Zona da Mata Norte.

Na cabeça do ranking está a cidade de Santa Cruz do Capibaribe, a 120 quilômetros do Recife, com 1.718,1 ocorrências por grupo de 100 mil pessoas. O próprio Recife aparece em segundo lugar, com taxa de 1.558,2. Em terceiro está Caruaru, com 1.470,3. As cinco cidades do Agreste na lista – além de Santa Cruz e Caruaru, figuram Toritama, Taquaritinga do Norte e Agrestina – são praticamente vizinhas. Apenas dois municípios no Estado não registraram roubos em 2017: Quixaba e Ingazeira, ambos no Sertão e separados por apenas 64 quilômetros.


A – pouca – segurança de parte dos comerciantes e moradores de Santa Cruz do Capibaribe era, ainda por cima, paga. Na última terça-feira, a Polícia Civil prendeu sete pessoas, entre policiais civis e militares, que integravam uma milícia privada. Eles cobravam a comerciantes por proteção e trabalharam em campanhas políticas na cidade. A prefeitura decidiu não mais esperar por reforço no policiamento e, na semana passada, enviou à câmara municipal um projeto que prevê concurso para 100 guardas municipais. A guarda da cidade tem, atualmente, 73 profissionais. “E pretendemos, ainda este ano, armar pelo menos 40 desses agentes. Já estamos tratando todo o processo com a Polícia Federal”, explica o secretário de defesa social, Manoel Sena, lembrando que cerca que 70% dos roubos na cidade são para subtrair o telefone celular das vítimas

RECIFE

A situação não é diferente no Recife, segundo colocado no ranking. O operador de telemarketing Rivaldo Bizarrias, 19 anos, foi assaltado quando desceu de um ônibus que estava preso em um congestionamento na BR-101, no Ibura, bairro da Zona Sul da Capital. “Um homem saiu do mato, armado com um facão, gritando e pedindo os celulares. Você fica sem saber direito o que fazer na hora. E depois que passa, a sensação de raiva e impotência só piora”.

O secretário municipal de segurança urbana, Murilo Cavalcanti, afirma que o Recife reduziu os índices de roubos com relação ao mês passado. “Mas o que eu prefiro comemorar é a política de prevenção do Compaz. O menor índice de roubo a ônibus na cidade, por exemplo, é justamente no entorno do Alto Santa Terezinha”, diz ele, em referência ao equipamento inaugurado em 2016, na Zona Norte.

“A redução dos crimes contra o patrimônio é uma prioridade da atuação de nossas polícias, pois impacta decisivamente na sensação de segurança. O objetivo é desarticular quadrilhas ligadas ao tráfico de drogas e crimes associados. Grande parte dos roubos é motivada por dívidas com traficantes. Os celulares, que estamos tentando coibir o roubo e a interceptação, por meio do programa Alerta Celular, terminam sendo utilizados como pagamento”, explica o secretrário de Defesa Social, Antônio de Pádua.

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