A Ponte Duarte Coelho, que liga as Avenidas Guararapes e Conde da Boa Vista, no Centro do Recife, terá o guarda-corpo coberto por 4.500 balões pretos a partir das 9h deste sábado (28/10), num ato público promovido pelo Movimento PE de Paz. Cada bola representa uma pessoa morta em Pernambuco e o objetivo do grupo é chamar a atenção da sociedade para o aumento da violência no Estado ao longo de 2017.
“Segurança pública não é uma questão apenas do governo, a sociedade também precisa participar desse debate e contribuir com sugestões”, afirma Tales Ferreira, um dos organizadores do PE de Paz, movimento criado em fevereiro último por igrejas e organizações sociais cristãs. De janeiro a setembro de 2017, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco registrou 4.145 homicídios.
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Na avaliação de Tales Ferreira, é provável que neste mês de outubro Pernambuco ultrapasse o total de 4.479 homicídios registrados em 2016, de janeiro a dezembro. Se isso acontecer, diz ele, será a pior crise do Pacto Pela Vida, programa do governo estadual que completou dez anos de implantação em maio.
Além de prender os balões na ponte, representantes das cerca de 50 entidades cadastradas no PE de Paz irão distribuir panfletos com informações sobre a violência no sinal de trânsito. “Também haverá encenações teatrais”, informa Tales Ferreira. Esse é o terceiro ato público promovido pelo grupo. Em março, eles fincaram 1100 cruzes na Praia do Pina (Zona Sul) e em junho levaram faixas e esquetes para a Praça da República (Centro).
RESULTADOS
Tales Ferreira cita a criação do Fórum Popular de Segurança e a realização de três audiências públicas com a temática da violência, como resultado das primeiras manifestações. “Esta semana, fomos informados que o PE de Paz vai participar de reunião convocada pelo Ministério Público para discutir a criação do Conselho Estadual de Segurança Pública.”
Segundo ele, a transparência na divulgação dos dados sobre a violência ainda não evoluiu. “A SDS publica números e nós queremos detalhes, como a idade, a cor e o local de moradia da vítima; se é homem ou mulher, onde mais se morre onde menos se mata”, declara.
