Uma situação considerada rotineira pelos agentes penitenciários do Centro de Apoio Socioeducativo (Case) de Timbaúba, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, voltou a se repetir durante a manhã desta quarta-feira (01). Um adolescente interno da unidade foi resgatado por comparsas quando ia registrar o filho pequeno em um cartório localizado no bairro de Cavaleiro, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
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Segundo um dos agentes penitenciários da unidade que não quis se identificar, mas que não participou da ação, o adolescente de 17 anos estava sendo escoltado por dois agentes e uma assistente social do Case de Timbaúba. Quando chegaram no cartório, cuja área onde estava localizado, de acordo com o agente, fica em uma região perigosa e em cima de um morro, avistaram um homem parado em frente ao local. O suspeito saiu correndo para a parte de trás do cartório e voltou acompanhado de outro homem.
O filho do adolescente, que estava com a mãe dentro do cartório, não chegou a ser registrado. Dois suspeitos entraram no local, renderam usando pistolas e agrediram os agentes e exigiram que as chaves que abriam as algemas usadas pelo interno. De acordo com o relato do agente penitenciário, os colegas de profissão estavam desarmados e foram ameaçados de morte. O adolescente, inclusive, mandava que os comparsas atirassem nos agentes, o que não aconteceu.
O jovem, os suspeitos e a mulher, junto com a criança, fugiram correndo do local. Com eles, estavam a chave do carro utilizado pelos agentes para levar o interno até o cartório (que não foi levado), celulares e carteiras das vítimas.
Frequência
“Essa situação infelizmente é muito frequente. Quando precisamos sair com os adolescentes para a audiência de custódia, numa transferência ou numa ação mais simples, como levá-los para registros em cartórios, não vamos armados nem com escolta policial”, denuncia.
“Temos muito medo. Um dos meus colegas, que estava no local durante a ação de resgate, chegou a passar mal e precisou ser encaminhado para a UPA de Jaboatão. O outro está muito abalado emocionalmente. A assistente social está grávida, mas nada aconteceu com o bebê, graças a Deus”, diz.
Por nota, a Funase confirmou a ação e afirmou que a escolta policial só é solicitada "em situações em que há risco de morte, o que não era o caso, por isso ela não foi solicitada". A Funase afirmou também que vai abrir uma Sindicância para investigar o caso, além de um Boletim de Ocorrência que foi registrado na polícia. "Sobre o uso de armas questionado pelo agente socioeducativo, é proibido por lei que qualquer profissional que trabalhe com adolescentes faça uso de arma de fogo", concluiu a nota.
Fuga
Nessa segunda-feira (30), três adolescentes fugiram do Case de Timbaúba usando um cabo de aço que foi jogado de fora para dentro da unidade. Eles estavam em uma atividade esportiva na quadra, quando o objeto foi lançado e eles o utilizaram para pular o muro. A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) afirmou que será aberta uma sindicância para apurar o caso, que vai apurar as causas e responsabilidades das fugas.