Patrimônio

Forte dos Remédios, em Fernando de Noronha, será restaurado pelo Iphan

A obra começa em janeiro de 2018, com prazo de 18 meses para execução. Fernando de Noronha é um dos principais destinos turísticos de Pernambuco

Da Editoria Cidades
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Publicado em 28/12/2017 às 8:08
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A obra começa em janeiro de 2018, com prazo de 18 meses para execução. Fernando de Noronha é um dos principais destinos turísticos de Pernambuco - FOTO: Foto: Divulgação
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A Fortaleza de Nossa Senhora dos Remédios, patrimônio histórico da Ilha de Fernando de Noronha, será restaurada a partir do próximo mês e reabrirá em meados de 2019 com novos usos. Em vez de proteger o arquipélago pernambucano no meio do oceano Atlântico contra ataque de invasores, como no passado, o forte receberá moradores locais e visitantes em lojas, cafés, livrarias, salas para exposições e eventos culturais.

Prevista para começar em 15 de janeiro, a obra de restauração custará R$ 10,2 milhões, recursos suficientes para a obra física e a implantação dos novos espaços de lazer, informa a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Pernambuco, Renata Borba. A Fortaleza de Nossa Senhora do Remédios fazia parte do sistema fortificado de defesa instalado no arquipélago no século 18.

“É o maior e o principal forte desse sistema, composto por dez edificações e definido pelo estrategista militar português Diogo da Silveira Veloso”, informa a historiadora Marieta Borges Lins e Silva, coordenadora do Programa Resgate Documental sobre Fernando de Noronha. Dos dez fortes, diz ela, nove ficam na Ilha de Fernando de Noronha – a única habitada do arquipélago – e um ocupa a Ilha de São José do Morro.

O conjunto de fortes de Fernando de Noronha pode ser considerado o maior sistema de defesa implantado no Brasil do século 18, destaca Marieta Borges. Infelizmente, diz ela, apenas a Fortaleza de Nossa Senhora dos Remédios é tombada pelo Iphan e tem proteção federal desde 1961. O Forte dos Remédios era o guardião da Vila dos Remédios e o Forte de São José do Morro protegia o Porto de Santo Antônio, observa Marieta.

Quase todas as fortificações da ilha estão em ruínas. “Sobram vestígios do Reduto de São Pedro do Boldró e do Forte de São João Batista dos Dois Irmãos”, exemplifica. As ruínas do Forte de São José do Morro estão bem protegidas, segundo ela, porque a ilha rochosa que abriga a construção secular é um lugar de difícil acesso.

“Os diversos usos ao longo da história e o abandono levaram a isso”, destaca a pesquisadora, lembrando que Fernando de Noronha serviu de presídio comum, presídio militar na década de 1960 e ponto de apoio para soldados na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). “A história ligada à prisão talvez tenha apagado um dos sistemas fortificados mais importantes do Brasil”, lamenta.

Reduto holandês

De acordo com Marieta, o Forte de Nossa Senhora dos Remédios é uma construção de 1737 sobre as ruínas de um antigo reduto holandês em Fernando de Noronha, datado de 1629 (século 17). “Tem a forma de uma estrela com 12 ângulos e se eleva a 45 metros acima do nível do mar”, descreve. A fortaleza, com 6,3 mil metros quadrados de área, fica numa colina entre o Porto de Santo Antônio e a Praia do Cachorro.

A última intervenção no imóvel, um serviço emergencial para consolidação das muralhas e cobertas, foi executado pelo Iphan em 2012. O forte encontra-se descaracterizado. “A capela está arruinada, restam apenas marcas no chão”, diz Marieta. A obra de restauração é financiada pelo Iphan. Parte da renda obtida com o funcionamento das lojas ajudará na manutenção do forte.

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