Um aposentado faleceu enquanto aguardava o ônibus, na Bomba do Hemetério, bairro da Zona Norte do Recife, por volta das 8h da manhã desta quarta-feira (24). O corpo esteve no local, aguardando ser recolhido pelo Instituto de Medicina Legal (IML) por mais de sete horas. Antônio Luiz da Silva, de 58 anos, era hipertenso e dependia de remédios para controlar sua saúde. Ele saiu de casa, localizada no Alto Santa Teresinha, para buscar remédios no Posto de Saúde da área.
Ao voltar para casa, o aposentado esperava um ônibus na Avenida Bomba do Hemetério quando passou mal e precisou ser ajudado por populares que acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), que, segundo familiares, só chegou ao local após uma hora. Os médicos do SAMU tentaram reanimá-lo, mas Antônio Luiz já havia morrido.
Por meio de nota, o SAMU afirmou que "a ligação para a ocorrência foi recebida na Central de Regulação às 9h39, com acionamento de uma Unidade de Suporte Avançado (USA) às 9h47. O Serviço informa ainda que a finalização da ocorrência aconteceu às 10h33."
A Polícia Militar chegou ao local às 10h e prontamente acionou o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods), responsável por abrir um chamado ao IML, que demorou mais de sete horas para recolher o corpo. Também por meio de nota oficial, a Secretaria de Defesa Social (SDS) tentou justificar a demora explicando que "em casos de morte súbita, faz-se necessária uma série de procedimentos, que envolve não apenas o IML, mas as Polícias Militar e Civil."
A nota dizia ainda que a "PM foi a primeira a ser acionada, chegou ao local e, em seguida, notificou a Delegacia do Alto do Pascoal, que também enviou efetivo para verificar o ocorrido. Apenas após essas medidas, o IML é chamado para fazer a remoção do corpo. Após a necropsia, será liberado para a família."
Descaso
Moradores da área que precisam pegar o transporte público para se locomoverem, dividem a parada de ônibus com o corpo que ainda está no chão. Uma mulher, que se identifica como Marise, cunhada da vítima, se mostra indignada com a situação de descaso e desrespeito. Um pedaço de papelão foi colocado sobre o corpo para proteger do sol e tentar amenizar os olhares de quem passa pelo local.