Resistência

Escolas de samba do Recife e de Olinda fazem últimos ensaios

Grupos resistem na terra do frevo e do maracatu

Da editoria de Cidades
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Da editoria de Cidades
Publicado em 03/02/2018 às 7:01
Guga Matos/JC Imagem
Grupos resistem na terra do frevo e do maracatu - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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Faltando uma semana para o Carnaval, é hora de concluir os últimos detalhes para os momentos mais importantes do ano, os desfiles oficiais dos grupos de tradição do Recife e de Olinda. Se você pensa que se trata do acerto de marcha final de algum bloco lírico ou de reparos nas troças carnavalescas, saiba que estamos falando de escolas de samba. Sim, elas resistem na terra do frevo e do maracatu. Campeã há dez anos do Concurso de Agremiações do Recife, a Gigante do Samba fez seu derradeiro ensaio ontem, na sede, na Rua das Crianças, bairro da Bomba do Hemetério, Zona Norte da capital. Na ocasião, foram apresentados protótipos das fantasias da bateria e da ala das baianas.

“Ontem foi a consagração de um trabalho feito durante seis meses. Vamos vencer pela décima primeira vez. Porém, nossa disputa é só na avenida”, enfatizou o presidente da Gigante, Aldo Alexandre da Silva. A Galeria do Ritmo, outra expoente sambista do Recife, realiza ensaio final amanhã, às 16h, na quadra da escola, na Rua Belarmino Henrique, n° 147, Morro da Conceição, Zona Norte do Recife. A competição promete grandes emoções, já que o presidente da Galeria do Ritmo, Mizael Corrêia Filho, destacou a empolgação dos integrantes da escola. “A briga é para sermos campeões. Não deixaram ano passado, mas estamos preparados para este ano.”

A Gigante do Samba fará homenagem ao Candomblé. A bateria vai sair vestida de Orixá Xangô, com roupas vermelhas. O tema é ‘A Energia de Olorum faz Festejar as Lendas das Yabás’. São aproximadamente duas mil pessoas, distribuídas em 16 alas. Já a Galeria do Ritmo celebra a vida e obra de Hermilo Borba Filho, com seus 1,2 mil integrantes, por causa do centenário de nascimento do escritor, em 2017. O samba-enredo abordou a cidade natal de Hermilo Borba, Palmares, Zona da Mata Sul de Pernambuco, e os vários trabalhos como advogado, jornalista e dramaturgo. As duas escolas são do grupo especial e desfilam na Avenida Dantas Barreto, Centro do Recife, na madrugada da segunda-feira de Carnaval, dia 12. Gigante do Samba sai 1h e Galeria do Ritmo, 2h.

OLINDA


A Escola de Samba Preto Velho, de Olinda, marcou para as próximas terça e quarta seus últimos ajustes, das 19h às 22h, na sede, localizada na Rua Bispo Coutinho, nº 681, no Alto da Sé. Em seguida, se apresenta na abertura oficial do Carnaval da cidade, na quinta-feira (8), desfilando da Praça de São Pedro até a Igreja do Carmo, no Sítio Histórico.

CRISE

 

A Escola de Samba Preto Velho, de Olinda, vai repetir o tema de um dos Carnavais dos anos 90, ‘O Encanto do Rio São Francisco - Uma Viagem às Estrelas’. O presidente do grupo, Clóvis Ferreira Barbosa, à frente da escola há 12 anos, explicou que a Preto Velho passa por uma difícil crise financeira e essa foi uma maneira de economizar dinheiro. “Se fôssemos lançar algo novo, seria preciso fazer concurso para escolher. Mas repaginando o tema, nosso investimento foi só no vestuário”, detalhou. Segundo ele, foram gastos, este ano, entre R$ 10 e 15 mil nas roupas dos integrantes, recurso angariado com muito suor dos membros da Preto Velho.

“Estamos saindo pela garra dos integrantes, mas a situação financeira não é boa. Arrecadamos dinheiro por meio de shows e ensaios aos domingos, na sede, porque nosso desafio é abrilhantar o Carnaval de Olinda e sair todos os anos, seja da maneira que for”, ressaltou. Para Clóvis Ferreira, um dos motivos da crise financeira é a falta de espaço para o samba em Olinda, onde prevalece o frevo. “É onde todo mundo quer investir”, comentou.

O grupo conta com 150 pessoas, sendo 40 somente na bateria. O desfile oficial é na terça-feira de Carnaval, dia 13. Sai da sede, na Rua Bispo Coutinho, no Alto da Sé, percorre a Ladeira da Sé, as Rua de São Bento e 27 de Janeiro, a Avenida da Liberdade, os Quatro Cantos e encerra o trajeto voltando para a sede.

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