Com sete meses de atraso, o Forte Orange, maior cartão-postal da Ilha de Itamaracá, no Litoral Norte do Estado, será totalmente reaberto, hoje, para a população pernambucana. A fortificação erguida pelos holandeses em 1631 e reconstruída pelos portugueses em 1696 estava passando por obras de reestruturação desde outubro de 2014 e deveria ter sido entregue em dezembro do ano passado. O local será devolvido aos pernambucanos hoje, às 9h, em evento comemorativo organizado por associações de moradores e comerciantes. Segundo a prefeitura, a inauguração oficial será realizada na próxima semana com a presença de autoridades.
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Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1938, o Forte Orange pertence à União e estava sob guarda do Iphan. Agora quem fará a gestão será a prefeitura, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Eventos do município. Orçada em R$ 10,9 milhões, a obra de restauração foi realizada com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) pelo Programa de Desenvolvimento do Turismo, numa parceria do Iphan com a Secretaria de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer de Pernambuco. Desde dezembro de 2015 que o local estava parcialmente aberto para visitação. Agora se encontra totalmente entregue à população.
Para o presidente da Fundação do Forte Orange, Sol Esoje Sousa, filho de José Amaro de Souza Silva, que era conhecido como o Guardião do Forte, este é um momento especial. “Eu nasci e vivi aqui durante 16 anos. Então pra mim é emocionante voltar a ver a minha antiga casa recuperada. Foi feita uma lavagem e requalificação de toda a muralha, foram trocadas as telhas e construídas passarelas de acessibilidade”, disse Sol.
NOVIDADE
Mas a grande novidade para quem for visitar o Forte Orange será o museu instalado na área onde em 2003 arqueólogos da UFPE descobriram sob toneladas de areia a porta de entrada do forte de 1631. “Aqui as pessoas vão poder contemplar parte do forte do período holandês. É de extrema importância que a população veja a marca daquele povo aqui na Ilha de Itamaracá”, afirmou Sol.
Os moradores e turistas já estavam na expectativa para voltar a ver a por completo fortificação, que faz parte não só da história da ilha, mas da deles também. A contadora aposentada Vera Lúcia Lopes, de 60 anos, nascida e criada em Itamaracá, contou que todos de lá tem uma relação especial, quase íntima, com o ponto turístico. “O forte lembra a minha infância porque íamos para lá fazer piquenique, brincar nos canhões. Ainda bem que, depois de tanta demora, foi finalmente recuperado. Quero ver essa história se repetir. Quero levar a minha netinha de cinco anos para lá para que ela possa conhecer e ter as mesmas recordações que eu”, contou Vera.