O movimento na Upinha Hélio Mendonça, no Córrego do Jenipapo, Zona Norte do Recife, foi grande na manhã desta segunda-feira (6). Na Policlínica Waldemar de Oliveira, em Santo Amaro, na área central da capital, a sala de vacinação também foi bastante procurada. Esse aumento se deve ao início da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite e o sarampo. Alguns pais não perderam tempo e já vacinaram seus filhos no primeiro dia de campanha.
Pensando na proteção do filho de apenas três anos, o técnico em refrigeração Carlos Urbano, 24 anos, foi logo vacinar o pequeno Felipe Gabriel Figueiredo na Policlínica Waldemar de Oliveira. “Eu fiquei sabendo da campanha e resolvi imuniza-lo logo no início para ficar despreocupado”, comenta. Apesar do filho não ser muito adepto à vacinas, o pai tenta amenizar a dor pois sabe da importância. “Quando ele soube que vinha já ficou reclamando e dizendo que doía, mas a gente tenta passar tranquilidade e confiança para ele. O susto é rápido”, diz.
Na capital pernambucana, 170 unidades de saúde, incluindo postos de saúde, Upinhas, Policlínicas e Unidades de Saúde da Família, estão oferecendo as doses da vacina. Segundo o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, essas doenças não circulam mais no Estado há anos, mas é preciso evitar que ressurjam. “Foram décadas de investimentos e campanhas de vacinação para que essas doenças fossem erradicadas. Mesmo assim, é preciso que o índice de cobertura vacinal se mantenha alto. Nacionalmente, a cobertura caiu nos últimos dois anos, por isso é tão importante que haja a campanha”, esclarece.
QUEM DEVE SE VACINAR?
Devem ser vacinadas crianças com idades entre um e cinco anos, incompletos. Quem faz parte do público alvo e já foi vacinado, também está sendo convocado para que sejam dadas as doses de reforço. A meta nacional é que 95% dos inclusos nesta faixa etária sejam vacinadas. Em Pernambuco, este índice significa 544.180 crianças. Em Recife, a Secretaria de Saúde municipal estima que aproximadamente 76 mil meninas e meninas sejam imunizados.
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Os esforços estão focados nas crianças, mas a prevenção contra o sarampo faz parte do calendário rotineiro das unidades. Adultos que não lembram se foram imunizados ou que perderam seus cartões de vacina também podem solicitar a proteção. Ainda segundo Jailson Correia, os cuidados estão nos pequenos por causa da facilidade de transmissão na infância. “Eles estão mais vulneráveis caso haja uma reintrodução do vírus. Nas crianças, os efeitos dessas doenças podem ser mais graves e as sequelas irreversíveis. Além disso, a dinâmica de transmissão é mais fácil entre eles, já que sempre estão nas escolas e a circulação dos vírus é mais rápida”, pontua.
A dona de casa Raquel Ferreira, 34 anos, é mãe de cinco filhos. Dois deles, os gêmeos Riquelme Ferreira da Silva e Rianna Ferreira da Silva, de um ano e nove meses, foram vacinados na Upinha Hélio Mendonça. Assim como o pai do menino Felipe Gabriel, ela também não perde tempo quando o assunto é saúde. “Eles já tomaram outras vacinas, mas ainda precisavam dessas. As duas são importantes, por isso eu trouxe logo no primeiro dia”, afirma.
REGISTROS EM PE
Os últimos registros de sarampo em Pernambuco foram em 2014, com 27 casos confirmados. No ano anterior, 199 pessoas foram diagnosticadas com a doença. Atualmente, o Estado está investigando dez casos suspeitos. Um deles é o de um homem de 27 anos, que esteve em Manaus, no Amazonas, onde o vírus circula com maior índice, e a sobrinha dele. Todos estão esperando os resultados de exames laboratoriais. Os últimos registros de pólio em Pernambuco foram em 1988.
A tríplice viral, vacina contra a poliomielite, também combate rubéola e caxumba. A campanha segue até o dia 31 deste mês. No dia 18, considerado o dia D da conscientização contra estas doenças, serão ofertadas doses em unidades móveis, que serão divulgadas nos próximos dias. O atendimento nos pontos de vacinação é das 8h às 17h.