Crime

Julgamento de ex-PM que matou estudante no Ibura é adiado para novembro

Julgamento aconteceria nessa quarta-feira (10), mas o advogado do réu confesso não compareceu a sessão;

JC Online
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Publicado em 10/10/2018 às 11:39
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O julgamento do ex-sargento da Polícia Militar Luiz Fernando Borges, réu confesso do assassinato de Mário Andrade de Lima, de 14 anos, foi adiado mais uma vez pela Justiça para 6 de novembro de 2018. A audiência estava marcada para iniciar às 9h desta quarta-feira (10), no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, na área central do Recife, porém, advogado do ex-PM não compareceu a sessão.

O júri popular já tinha sido adiado no aniversário de 17 anos de Mário Andrade, em 24 de setembro. O réu comunicou que havia contratado um advogado particular, que não ficaria com o advogado da Defensoria Pública e a sessão não pôde ser realizada.

"O advogado não foi intimado para a sessão solene e o juiz adiou para hoje", explicou a advogada da família de Mário, Jacqueline Martins, que já estava preparada para uma nova prorrogação. "O segundo adiamento se deu exatamente pela ausência do advogado que foi intimado", contou.

O Ministério Público acionou a Defensoria Pública para disponibilizar um defensor público para o réu confesso. O julgamento irá acontecer, na próxima data, mesmo sem a presença do advogado particular contratado por Luiz Fernando.

"A acusação tem absoluta certeza que o processo está sólido para ensejar uma condenação", finalizou a advogada de acusação.

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Manifestação no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra - Leo Motta/JC Imagem
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Joelma afirma que o sentimento é de injustiça, mas continuará lutando - Leo Motta/JC Imagem
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Joelma afirma que o sentimento é de injustiça, mas continuará lutando - Leo Motta/JC Imagem
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Joelma afirma que apesar do sentimento de injustiça, a mobilização será maior - Leo Motta/JC Imagem
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Joelma afirma que apesar do sentimento de injustiça, a mobilização será maior - Leo Motta/JC Imagem

A luta de Joelma 

"Dá vontade e garra de lutar mais ainda. A mobilização vai ser muito maior", afirmou a mãe de Mário, Joelma Andrade de Lima, 36, apesar do sentimento de injustiça e revolta com o adiamento do julgamento. "Se hoje veio essa quantidade (um ônibus com 60 pessoas), dia 6 vem muito mais", disse.

Após a morte de Mário, há dois anos, Joelma iniciou um movimento que pede a prisão do assassino do seu filho, Luiz Fernando, e se transformou em um símbolo da luta contra atentados contra a vida de jovens negros. 

O caso

O adolescente de 14 cursava o 8º ano do ensino fundamentam em uma escola pública quando foi assassinado pelo PM Luiz Fernando Borges, em 25 de julho de 2016, na Avenida Dois Rios no Ibura, na Zona Sul do Recife. 

Mário Andrade, que era morador do bairro, pedalava em uma bicicleta, com um amigo de 13 anos, quando bateu na motocicleta conduzida pelo sargento reformado e foi atingido com três disparos de arma de fogo. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Um mês após o crime, Luiz Fernando se entregou a polícia e afirmou que atirou, pois pensou que seria assaltado pelos jovens.

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