No mês da campanha Novembro Azul, de prevenção ao câncer de próstata, a Secretaria de Saúde do Recife intensifica o chamado à população masculina e avisa que 50 postos continuam oferecendo horário estendido, com atendimento das 17h às 21h, de segunda a sexta-feira, e das 8h às 12h, aos sábados. É uma opção para quem trabalha e não poderia agendar a consulta no horário comercial.
O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, esclarece que o terceiro turno não é exclusivo para a prevenção do câncer de próstata. “Esse é um fator importante, mas nós estamos falando de uma atenção integral, que inclui cuidados com o peso, alimentação, tabagismo, hipertensão, diabetes e outras doenças”, declara o secretário. Nos postos, os homens recebem orientações sobre atividades físicas e prevenção da violência e das drogas.
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“O terceiro turno traz os homens ao serviço de saúde, mas não é um substitutivo, é a porta de entrada”, salienta Jailson Correia. Ele acrescenta que o horário estendido não é exclusivo para o sexo masculino por causa do Novembro Azul. “Fizemos um recorte para homens desde agosto porque, por uma barreira cultural, a população masculina vai menos ao médico”, observa o secretário.
Jailson Correia informa que as unidades de saúde não funcionam com horário estendido todos os dias, mas de acordo com programação, divulgada nas comunidades. Este ano, o Novembro Azul tem como tema Saúde Integral do Homem , com uma série de atividades nos postos, em Centros de Atenção Psicossocial, instituições religiosas e Casas de Semiliberdade. A programação pode ser consultada no portal da prefeitura (www.recife.pe.gov.br).
Parque
Na manhã do primeiro dia da campanha, quinta-feira (1º/11), a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica Regional Nordeste e o Serviço Social da Indústria (Sesi) abriram as atividades do Novembro Azul com a realização de exames no Parque 13 de Maio, em Santo Amaro, no Centro do Recife. O vendedor Juarez Farias, 58 anos, chegou às 7h30 (uma hora e meia após o início do evento) e pegou a ficha número 119. “A quantidade de gente mostra a dificuldade de acesso ao serviço na rede pública”, comenta o vendedor.
José Euclides de Araújo, 65, fez o exame dois anos atrás e foi ao parque para atualizar o diagnóstico. “Na época eu não tinha problema, mas agora estou notando que tem alguma coisa diferente. Cuidar da saúde é importante, vi meu pai morrer de câncer de próstata e um tio também”, declara. Ele disse que há um posto de saúde perto da casa onde mora, mas o atendimento é precário. “Sou hipertenso e estou sem remédio, tenho problema de vista e não consigo marcar o médico. Não posso perder essa oportunidade.”