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UFPE abre sindicância para apurar ameaças a professores e alunos

A instituição de ensino também comunicará o caso ao Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF)

JC Online
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Publicado em 07/11/2018 às 13:53
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Em Pernambuco, UFPE foi que mais ofereceu vagas no Sisu 2021.1 - FOTO: Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
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A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) determinou, nesta quarta-feira (7), a abertura de sindicância interna para apurar ameaças e insultos a professores e alunos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). A instituição de ensino também comunicará o caso ao Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF).

Em nota informando a abertura da sindicância, a UFPE destacou que "não admite, sob qualquer hipótese, que a violência ameace as liberdades de cátedra e individuais".

Leia a nota da UFPE:

Professores e alunos ameaçados

Professores e alunos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) foram xingados e ameaçados por meio de panfletos e mensagens na internet nos últimos dias. No caso mais recente, que começou a repercutir ontem nas redes sociais, uma lista intitulada “Doutrinadores e alunos que serão banidos do CFCH-UFPE, em 2019” intimida nominalmente cerca de 20 pessoas. Anunciando, no final: “vocês serão banidos! Escórias! O mito vem aí”, em uma relação ao futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Primeiro a ser citado depois de “todos os alunos esquerdistas do curso de História’’, o professor de filosofia Michel Zaidan, classificado na lista como “doutrinador, comunista, antidemocrático” afirmou não estar se sentido ameaçado. Aposentado desde maio, o ex-servidor público suspeita de que a ação seja de “autoria de um grupo de neofacistas da universidade”. Também citado na relação, o sociólogo José Luiz Ratton, rotulado no texto como “doutrinador socialista que faz apologia ao uso de drogas junto aos seus orientandos esquerdistas’’, disse que está tomando as providências institucionais necessárias. “Todos os meios institucionais estão sendo buscados para que esse tipo de ameaça não volte a se repetir. As instituições precisam garantir os direitos não só dos professores citados, mas dos estudantes”.

Em outro caso, o professor de filosofia do CFCH Rodrigo Jungmann, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Federal após ter sua imagem, juntamente com os dizeres “pinguim da privataria”, colada em pilastras do centro estudantil. O cartaz aparece assinado pelo “Comitê de Luta Contra o Golpe - UFPE”. Anexado ao documento, também constam prints em que o professor é ameaçado de morte. “Estou lecionando normalmente, mas me sinto desconfortável e ameaçado permanentemente. As agressões morais são quase diárias. E não está afastada a possibilidade de uma agressão física, tendo havido inclusive uma ameaça de morte”, disse o professor.

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