“Se ele apagou as imagens, então, no mínimo, participou ou fez a mando de alguém. Ele é só a ponta do novelo para elucidar o caso, essa fuga é a confissão dele”, diz a mãe de Beatriz Angela Mota, morta em 2015, se referindo a Alisson Henrique de Carvalho Cunha, 40 anos, suspeito de ter adulterado imagens de câmeras de segurança que ajudariam a solucionar o mistério do assassinato da criança. A prisão preventiva de Alisson foi decretada na quarta-feira (12) pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e ele é considerado foragido. Na manhã desta sexta-feira (14), a Polícia Civil divulgou um telefone para que as pessoas entrem em contato caso tenham informações sobre o paradeiro do suspeito.
Quatro equipes da PC estão em diligências para encontrar e prender Alisson. De acordo com a delegada do caso, as buscas não estão limitadas à cidade de Petrolina. Nessa quinta-feira (13), o advogado do suspeito, Wank Medrado, informou que seu cliente não se entregará. “Ele não vai se entregar porque teme pela sua integridade física. Se ele se entregar, será morto”, disse. Quanto ao paradeiro de Alisson, o advogado se limitou a dizer fará na próxima semana um pronunciamento importante sobre o caso. O assunto do comunicado não foi revelado. Ele ainda não entrou com recurso no TJPE pedindo a revogação da prisão.
Os pais da garota, Lúcia e Romilton Mota, afirmam que a fuga do rapaz é a prova de que ele participou, direta ou indiretamente, do crime. Para eles, a escolha de não se entregar à polícia não condiz com a alegação de preservação da integridade. “Ele já deveria ter se entregado, só a polícia pode preservar a integridade dele. Acho que ele está sendo mal orientado pelos advogados”, acrescenta Lúcia.
Familiares e amigos estão espalhados por todo o Vale do São Francisco em busca do suspeito. Grupos também estão realizando buscas e apelos em cidades da Bahia, onde, segundo a família da menina, o suspeito teria família. “Estamos no meio das ruas caçando ele e pedindo informação. Esperamos que as pessoas entrem em contato com o número dado pela polícia para ajudar nessa busca”, diz Lúcia.
Quem souber de qualquer informação sobre a localização de Alisson deve entrar em contato com a polícia através do número (81) 9.8650-1229, que também possui WhatsApp. O sigilo é garantido.
Imagens
A polícia ainda divulgou imagens do dia em que Alisson teria apagado parte do circuito de segurança para dificultar as investigações. Ele prestava serviço para o Colégio Maria Auxiliadora. Outra funcionária também teria acesso as imagens, mas a polícia preferiu manter sigilo sobre a investigação. O material é do dia 4 de janeiro de 2016, quase um mês após o assassinato da menina.
O caso
Beatriz Mota desapareceu durante a festa de formatura da irmã mais velha, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, no dia 10 de dezembro de 2015. A menina pediu à mãe para beber água e sumiu em seguida. O corpo foi encontrado cerca de 40 minutos depois, com 42 perfurações de faca. Até agora, ninguém foi preso pelo crime.
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