O advogado Érico Quaresma afirmou que espera a redução da pena de Isabel Cristina Pires da Silveira, uma das integrantes do trio conhecido como 'Canibais de Garanhuns'. Ele acredita que as qualificadoras de ocultação de cadáver e vilipêndio, que são creditadas a ela, devem ser excluídas. O julgamento dos assassinos em série foi retomado neste sábado (15), na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, Ilha Joana Bezerra, na área central do Recife. Além de Isabel, Jorge Beltrão Negromonte e Bruna Cristina Oliveira da Silva também estão sendo julgados pelas mortes de Gisele Helena da Silva, de 31 anos e de Alexandra da Silva Falcão, 20.
"Alinhamos determinadas situações da não participação dela nos homicídios, em relação a ocultação de cadáver e vilipêndio. Ao furto e estelionato, ela foi absolvida", contou o advogado. "Nós discutimos outra questão, que é das qualificadoras, que é uma situação que agrava o quantitativo de pena, que tira do patamar de seis anos e passa para 12 anos", disse.
O advogado afirmou que espera que o júri popular tenha a isenção de julgar, já que o caso foi transferido de Garanhuns, no Agreste do estado para a capital pernambucana, sem qualquer interferência externas. "Esperamos a absolvição ou o exclusão das das qualificadoras, como a exclusão da participação dela em algumas ações que são creditadas a ela a pronuncia", disse.
Pacto da defesa e acusação sobre horário
A defesa e acusação fizeram um pacto, devido ao número de páginas do processo, sobre o tempo de debate da defesa, que foi homologado pelo juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti. Normalmente, a defesa tem o tempo de 2h30 e o juiz concedeu o patamar de 3h.
"Nós tivemos início com as falas da defesa", informou o advogado de Isabel Cristina, Érico Quaresma. "Exauridas as três horas, o juiz deu o intervalo de almoço. Retomamos os trabalhos agora com a réplica com o Ministério Público. A defesa terá agora a partir do momento que se encerrar a acusação mais duas horas", disse.
Após o término da tréplica, o juiz deverá elaborar os quesitos e apresentar para as duas partes - acusação e defesa. Posteriormente, ele deve se reunir com os advogados, promotor e oficiais de justiça para a votação. "Será uma votação muito longa, pois são três réus com duas imputações de homicídio. Tem no minimo pra cada réu seis quesitos e no minimo 75 quesitos para todos", detalhou Érico Quaresma.
Na tréplica, o advogado dos acusados tem mais duas horas. Não há previsão para o anúncio da sentença dos suspeitos.
Crimes
Segundo as investigações, as vítimas, Alexandra da Silva Falcão, 20 anos, e Gisele Helena da Silva, 31 anos, foram atraídas pelo grupo com promessas de emprego e de “ouvir a Palavra de Deus”. De acordo com o inquérito, Jorge matou as mulheres com facadas no pescoço e os corpos de ambas as vítimas foram esquartejados com participação das outras duas acusadas. O trio teria usado parte da carne das vítimas para comer e rechear empadas, que eram comercializadas em Garanhuns.
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O três acusados respondem pelo crime de duplo homicídio triplamente qualificado, além de ocultação e vilipêndio de cadáver e furto qualificado, pois o grupo teria roubado os pertences das duas vítimas. Bruna Cristina de Oliveira também vai ser julgada pelo uso do RG de Jéssica Camila da Silva Pereira. A identidade pertencia a outra vítima do trio, que foi morta no ano de 2008 quando o grupo ainda morava no bairro de Rio Doce, Olinda, no Grande Recife. A filha desta vítima foi adotada pelo trio.
Em relação a este crime, os três acusados foram julgados e condenados em 2014 por homicídio quadruplamente qualificado, além de vilipêndio e ocultação de cadáver, na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Olinda. Jorge Beltrão foi condenado a pena de 21 anos e 6 meses de reclusão, mais 1 ano e 6 meses de detenção. Isabel Cristina foi condenada a 19 anos de reclusão e 1 ano de detenção. Já Bruna Cristina, a 19 anos de reclusão e 1 ano de detenção.
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